Ministério Público denuncia dono de bar suspeito de dopar, estuprar e filmar mulheres em Murici, AL


Segundo a denúncia, umas das vítimas só descobriu que havia sido violentada quando vídeos do crime foram compartilhados pelo suspeito. Sede do Ministério Público do Estado de Alagoas, no bairro do Poço, em Maceió
Ascom/MP-AL
O Ministério Público de Alagoas (MP-AL) denunciou o dono de um bar da cidade de Murici, no interior do estado, preso, na quinta-feira (21), suspeito de atrair mulheres para o estabelecimento, embebedá-las e dopá-las para manter relações sexuais não consentidas, filmando os abusos.
Em depoimento, três vítimas relataram não terem consciência dos atos registrados nos vídeos. A denúncia do MP-AL se refere ao caso de uma jovem que só descobriu que foi vítima de estupro depois de se reconhecer em um vídeo divulgado pelo suspeito em ciclos de amigos dele.
Na denúncia, a promotora de Justiça Ilda Regina, titular da Promotoria de Justiça de Murici, requer que o homem seja julgado e condenado pelos crimes contidos no artigo. 216-B que trata do registro não autorizado da intimidade sexual, cuja pena pode ser de seis meses a um ano, e multa; no Art. 217-A, de estupro de vulnerável que leva à reclusão, de oito a 15 anos; do Art. 218-C da divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de pornografia que define punição de um a cinco anos, se o fato não constitui crime mais grave.
Além disso, o Ministério Público pede que o réu responda por crime continuado – Art. 71-, que é aquele quando o autor pratica dois ou mais crimes da mesma espécie, com a mesma intenção e utilizando as mesmas condições. Dessa forma, aplica-se a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços.
Relembre o caso
De acordo com uma das vítimas, ela e sua tia estavam no estabelecimento comercial do denunciado, consumindo bebida alcóolica, tendo o mesmo sentado à mesa para acompanhá-las. Devido ao horário, o homem sugeriu que dormissem em sua casa, mesmo imóvel do bar, e providenciou um colchão para isso. As mulheres, por conhecerem o comerciante, inclusive a vítima ser ex-cunhada de uma sobrinha dele, acharam salutar a proposta e ficaram.
No entanto, apesar de tia e sobrinha terem dormido em um colchão colocado no corredor da casa, a mais nova acordou no outro dia na cama do proprietário e indagando se a sua parente sabia explicar como chegou ao cômodo. Dias depois, após o homem ter compartilhado imagens com o seu ciclo de amizade, uma das pessoas enviou vídeos para as mulheres que mostravam não somente o estupro, mas o rosto da vítima que entrou em pânico e procurou a polícia.
Nos vídeos, segundo a promotora Ilda Regina, é explícita a condição de vulnerabilidade das vítimas desacordadas, levando à suspeita de que foram dopadas.
Em buscas no imóvel a polícia encontrou frascos de remédios ansiolíticos. Após esse caso vir à tona, outras mulheres se encorajaram e também afirmaram ter sido estupradas pelo mesmo suspeito.
“Identificamos que são mulheres diferentes, pois em algumas imagens ele não preservou o rosto da vítima, noutros só mostra o corpo e as partes íntimas. Inclusive, quando repercutiu na cidade a situação envolvendo tia e sobrinha, mais vítimas, que antes silenciaram por receio e também vergonha da sociedade, se manifestaram e procuraram a polícia”, afirmou a promotora.
Polícia prende dono de bar suspeito de dopar e estuprar clientes no interior de AL
Polícia prende dono de bar suspeito de dopar e estuprar clientes no interior de AL
Adicionar aos favoritos o Link permanente.