Foram registrados 981 óbitos em acidentes de trânsito por uso de álcool na Bahia em 2023, um aumento de 12,6% em comparação com 2022, conforme números divulgados pelo Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa). Além disso, o estado apresenta índice de mortalidade no trânsito por álcool por 100 mil habitantes acima da média nacional, com taxa de 6,9 na Bahia, contra 5,8 no País.Enquanto no Brasil a taxa dessas ocorrências caiu de 2010, quando era 7,58 por 100 mil habitantes, para 2023, com os já citados 5,8; no estado, a situação se inverte: em 2010, com 6,6, para 2023, com 6,9. Porém, a Bahia não está sozinha nessa situação. O estado é o 16º lugar em mortes por acidente de trânsito por uso de álcool.Diante desse cenário, a coordenadora do Cisa, Mariana Thibes, indica medidas para combater essas ocorrências, como maior consistência nas operações de fiscalização, ações constantes de conscientização e alternativas acessíveis de transporte. Ela aponta que são necessárias ações com inteligência nas operações da Lei Seca, que identifiquem os locais das ocorrências e consigam se movimentar de acordo com esses dados.Já foram realizados 99.259 testes do bafômetro nas rodovias do estado, conforme dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), com 950 recusas ao exame e 48 pessoas detidas por dirigir embriagadas. Apenas em Salvador foram 19 mil abordagens este ano e nenhum crime identificado com relação à Lei Seca.
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As fiscalizações são reforçadas por operações temáticas e inteligência artificial, com foco em locais e horários de maior risco, como fins de semana, feriados e áreas próximas a bares e eventos. Também há integração com outras instituições para ampliar o alcance das ações. Além disso, a PRF investe em ações educativas constantes, como palestras, campanhas de conscientização e participação em eventos como o Maio Amarelo.Homens são maioriaNo País, o perfil das vítimas dos acidentes por direção embriagada é em sua maioria homens, com 89,3%. A associação da ideia de beber e dirigir com a virilidade masculina é a razão para que o público seja o mais afetado pelas ocorrências, segundo a coordenadora do Cisa.“A questão de beber e dirigir está muito atrelada ainda à masculinidade no Brasil. Os homens, muitas vezes, acham que são fortes, são resistentes à bebida. Então, se eles consumirem uma, duas doses de bebida, eles acham que não vai acontecer nada com a capacidade de direção. Reconhecer que foi afetado pelo álcool é como se fosse um ataque à masculinidade, um ataque à virilidade”, explica Mariana Thibes.