Reunião no ICMBio discute riscos de exploração de petróleo e gás na região de Fernando de Noronha


Encontro acontece no ICMBio, nesta quinta-feira (29), e é aberto ao público. Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis programou leilão para 17 de junho. Fernando de Noronha em imagem de arquivo
Cristiano Régis/Acervo pessoal
Uma reunião, na noite desta quinta-feira (29), discute os riscos da exploração de petróleo e gás na região de Fernando de Noronha. O encontro acontece no Centro de Visitantes do Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio), às 19h, conta com a presença de especialistas e é aberto ao público em geral.
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A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) realiza um leilão, no dia 17 de junho, para exploração de petróleo e gás na região de Fernando de Noronha (veja vídeo abaixo). Esta será a terceira vez que a ANP tentará leiloar a área para esse tipo de exploração. Nas duas oportunidades anteriores, não houve propostas para os lotes próximos à ilha.
“Os estudos apontam que, por conta das correntes marítimas, se ocorrer um acidente nessa área que está sendo disponibilizada para o leilão, existe o risco de comprometer toda a biodiversidade de Fernando de Noronha. O risco é alto”, disse a chefe do ICMBio em Noronha, Lilian Hangae.
Leilão de petróleo perto de Fernando de Noronha preocupa ambientalistas
Leilão causa preocupação
Essa possibilidade de exploração preocupa ambientalistas. O Instituto Arayara participa da reunião em Fernando de Noronha para detalhar os estudos sobre o tema.
“A área oferecida nas proximidades de Fernando de Noronha é grande, e a fome das petroleiras é ainda maior. Se acontecer um vazamento, o óleo chegaria em Noronha em apenas duas horas”, contou o diretor do Instituto Arayara, Juliano Bueno, que também é doutor em riscos e emergências ambientais.
Juliano Bueno falou, ainda, que a possibilidade de encontrar petróleo de alta qualidade na região é grande. Além disso, ele afirmou que existem outros dois possíveis interesses.
“Querem perfurar montes oceânicos para obter mais dados sobre o minério que tem nessa área. Há interesse em explorar a mineração na região. A ideia seria explorar o minério na base oceânica. Isso seria terrível para a biodiversidade de Fernando de Noronha”, afirmou Juliano Bueno.
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Para tentar impedir o leilão, o Instituto Arayara entrou com uma Ação Civil Pública na Justiça Federal no Rio Grande do Norte, porque a área oferecida também engloba o Atol das Rocas, localizado na região potiguar.
O g1 entrou em contato com a ANP, para saber os motivos da realização do leilão e quais as garantias para a preservação de Fernando de Noronha e região, e com a Justiça Federal do Rio Grande do Norte, para obter informações sobre o andamento da Ação Civil Pública, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.
Área em vermelho foi disponibilizada para leilão
Instituto Arayara/Divulgação
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