Os bons negócios relacionados à educação multiplicam margens de lucros de investidores, no entanto, a desmesura pode provocar um tipo de adição ainda não investigado, a verificar na “venda casada”.Hoje, 9 horas, é dia de audiência pública na Assembleia Legislativa, proposta pelo deputado estadual Paulo Câmara, para debater a obrigatoriedade, imposta pelas donas e donos das escolas, de aquisição de livros impressos junto ao conteúdo digital disponível.Surge, neste encontro de pais e mães, representantes dos estabelecimentos de ensino, do Judiciário e do Legislativo, a oportunidade de corrigir excessos, conforme A TARDE apurou, em edição recente.A prática viciosa do acúmulo de capital torna-se um costume de “má-fé”, observando-se no comportamento dos proprietários um projeto egoico fora de controle, capaz de anular a consciência de si, ludibriando a clientela.A mecânica de mercado, imune a valores morais e fundamentos virtuosos, produz a inclinação para o incentivo à extração financeira do orçamento das famílias, mesmo com os aumentos de mensalidades acima da inflação.No ambiente no qual as boas referências de conduta poderiam ajudar a forjar o caráter de futuras cidadãs e cidadãos, percorre-se, na contramão, o caminho inverso da malícia, visando favorecer o comércio sem limite.Como agravante, mesmo as crianças em fase de desenvolvimento corpóreo, na pré-adolescência, precisam acostumar-se a suportar pesos de cinco a dez quilos de livros na mochila, arriscando-se danos nas vértebras.Além de ganhar mais dinheiro com a duplicidade, a classe proprietária só utiliza a tecnologia quando convém, ampliando-se acordos com gráficas e editoras para alunas e alunos carregarem bibliotecas nas costas, quando poderiam utilizar mais a internet nas escolas.Esgotadas as instâncias moral, por lacuna na formação de quem se propõe gerir empresas “educacionais”; e ética, devido à falta de diálogo, resta aplicar o Código de Defesa do Consumidor.
A escola da má-fé
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