Em meio a um cenário de incertezas fiscais e econômicas, o Ibovespa encerrou o pregão desta quarta-feira (29) em queda de quase 0,5%, atingindo 138.887 pontos. O principal índice da Bolsa brasileira foi pressionado pela forte reação dos investidores diante da exclusão das ações da Azul (AZUL4) dos índices da B3 e pela alta expressiva do dólar, que subiu 0,87%, sendo cotado a R$ 5,69.
A exclusão da companhia aérea Azul dos índices da Bolsa, incluindo o próprio Ibovespa, ocorre após o pedido de recuperação judicial da empresa. Segundo comunicado da B3, a medida entra em vigor já nas negociações da próxima segunda-feira. Os papéis da companhia serão redistribuídos de forma proporcional entre os demais ativos da carteira.
Além disso, pesaram sobre o mercado as dúvidas quanto à efetividade das medidas do governo federal para conter a entrada de produtos siderúrgicos no Brasil, o que impactou negativamente as ações do setor.
Alta do dólar impulsionada por receios com IOF e cenário externo
A valorização do dólar foi influenciada não só pela valorização da moeda americana no exterior, mas principalmente pelas incertezas em relação às mudanças no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O anúncio inicial do governo sobre a retirada de recursos via taxação gerou apreensão. Em seguida, a sinalização de que parte da arrecadação poderá ser compensada com resgates de fundos garantidores aliviou parcialmente a pressão.
Mercado de trabalho brasileiro surpreende com recorde em abril
Apesar do clima de tensão nos mercados, o Brasil registrou a abertura de 257.000 vagas formais de trabalho em abril, segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Esse é o melhor desempenho para o mês desde o início da série histórica em 2020. Todos os grandes setores da economia — comércio, indústria, construção civil e agropecuária — apresentaram saldo positivo. Destaque também para os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Nos EUA, expectativa gira em torno da Nvidia e do Fed
No cenário internacional, os investidores seguem atentos à divulgação do balanço da Nvidia. A expectativa em torno dos resultados da gigante de tecnologia ofuscou até mesmo a ata do Federal Reserve (Fed), que apontou riscos de desaceleração no mercado de trabalho americano e revisou para cima as projeções de inflação para 2024.
O mercado aguarda os desdobramentos da “digestão” dos números da Nvidia e os impactos que eles podem ter sobre os fundos de liquidez, estimados em cerca de US$ 7 trilhões.
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