Governo Trump encerra programa de pesquisa da vacina contra o HIV

O governo do presidente Donald Trump deu fim a um dos mais promissores programas de pesquisa científica para o desenvolvimento de uma vacina contra o HIV, promovido pelos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH). O cancelamento repentino do projeto, avaliado em US$ 258 milhões, gerou forte repercussão entre cientistas e profissionais da saúde pública, que classificam a decisão como um grande retrocesso no enfrentamento da epidemia global de HIV/AIDS.Parceria científica entre Scripps e Duke é desmobilizadaO anúncio oficial foi feito a pesquisadores das universidades Duke e Scripps Research Institute, instituições que lideravam o projeto e trabalhavam em colaboração com dezenas de centros de pesquisa em todo o mundo. O consórcio vinha se destacando pelo avanço em estudos sobre anticorpos amplamente neutralizantes, considerados uma das estratégias mais promissoras para a criação de uma vacina eficaz contra o HIV.Além do HIV, os resultados obtidos até o momento tinham potencial de aplicação em áreas como o combate à Covid-19, doenças autoimunes e até em antídotos para venenos de cobra. Apesar disso, a liderança do NIH optou por não renovar os financiamentos, alegando intenção de redirecionar os recursos para estratégias já existentes de eliminação do HIV/AIDS com base em terapias atuais.

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Cortes atingem prevenção, PrEP e programas globaisOs cortes do governo Trump não se limitaram à pesquisa científica. Iniciativas de prevenção também foram afetadas. Financiamentos para programas de PrEP (Profilaxia Pré-Exposição) — considerados pilares na redução das infecções — foram drasticamente reduzidos. Além disso, o governo suspendeu repasses de verbas para estados e condados dos EUA, forçando demissões de profissionais e paralisação de ações comunitárias.No cenário internacional, o impacto é ainda mais alarmante. O financiamento do PEPFAR, plano de emergência dos EUA para o combate à AIDS em países em desenvolvimento — especialmente na África —, também foi interrompido. Com orçamento de US$ 7,5 bilhões, o programa sustentava o tratamento de milhões de pessoas. Embora parte dos recursos tenha sido posteriormente liberada, a verba para ações preventivas continua bloqueada.

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