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Público do Arraiá Vocacioná 2025Um dos coordenadores do arraiá, o seminarista Erlac fala sobre o crescimento da festa. “Nos últimos anos, o arraiá tem ultrapassado os limites das paróquias. A cada ano que passa, o nosso forró vem angariando um pouco mais de público”, diz ele, ressaltando que Arraíá Vocacioná 2025 deve ter algumas ações em referência aos 210 anos de existência do Seminário Central.Presente no seminário desde 2022, Erlac conta que, de acordo com relatos, antes da pandemia o forró atraía entre 500 e 600 pessoas, o que tornava o trabalho de preparação do evento algo relativamente fácil. “Agora, nós temos que contar com o apoio de outras pessoas”, afirma o seminarista.Desde o ano passado, por exemplo, a festa conta com segurança profissional, pessoal de saúde e uma brigada de bombeiros “Temos também alguns voluntários das paróquias que participam”, declara o seminarista.Mas os futuros padres também se divertem. Erlac diz que quando o salão começa a esvaziar, por volta das 21h, e a demanda por serviços diminui, os seminaristas se juntam aos convidados.”A partir da metade da festa, o consumo diminui e os seminaristas ficam um pouco mais folgados”, conta Erlac, um ex-morador do bairro de Águas Claras que descobriu sua vocação aos 15 anos e se prepara para ser padre. “No final da festa, você vê uma concentração maior de seminaristas ali. Alguns também fazem a animação de palco”.Forró nas paróquias em Salvador
| Foto: Sara Gomes | Arquidiocese de Salvador
Além do festejo no Seminário Central, algumas das 111 paróquias da Diocese de Salvador realizam as suas próprias festas juninas, em diferentes datas, como forma de confraternização e levantamento de recursos. A programação de festas da Igreja Católica em Salvador é divulgada no site arquidiocesesalvador.org.br.”Para a gente aqui no seminário, o dinheiro arrecadado este ano vai ser importante para fazermos algumas reformas, como a da Casa de Teologia, trocar o telhado, a capela. A nossa biblioteca tem 32 mil exemplares, alguns muito antigos e que a gente precisa reformar”, afirma o padre Alberto Montenegro, reitor do seminário.Ele destaca que São João é, além de Nossa Senhora, o único santo cuja data de nascimento é comemorada pela comunidade católica e, por extensão, pela sociedade. “Nós temos no dia 24 de junho a celebração e também os festejos populares, justamente porque ele é o precursor do Salvador. Ao celebrar São João Batista, celebramos a vinda de Jesus Cristo”, afirma Padre Alberto. Nos casos de Santo Antônio e São Pedro, celebrados em 13 e 29 de junho, respectivamente, lembram-se as datas de morte.De acordo com a Bíblia, São João pregava o arrependimento e a salvação por meio do batismo, enquanto anunciava a vinda do Salvador. Em suas pregações, João condenava o comportamento adúltero do Rei Herodes, que se relacionava com a cunhada, Herodíades, mãe de Salomé, a dançarina que encantou Herodes e, incentivada pela mãe, pediu ao rei a cabeça de São João em uma bandeja. O santo é considerado o primeiro mártir da igreja e o último dos profetas.As festas juninas têm origem nas celebrações pagãs pelo Solstício de Verão na Europa. Com a expansão do cristianismo, a igreja adequou os festejos às datas dos santos. Ao serem introduzidas no Brasil pelos portugueses no século 16, as festas ganharam influência das culturas indígena e afro-brasileira.As quadrilhas, por sua vez, são consideradas um legado da cultura francesa, incorporado pela chegada ao Brasil em 1808 da família real portuguesa, que praticava a dança nos salões da nobreza em Lisboa.