O Vapor Benjamim Guimarães, última embarcação a vapor em funcionamento no mundo, volta a navegar nas águas do Rio São Francisco neste domingo (1º), em Pirapora, no Norte de Minas Gerais. Após cinco anos de restauração, o retorno marca não apenas um feito técnico, mas um reencontro com a memória cultural da região.
A cerimônia de reestreia ocorre na manhã deste domingo (1º), às margens do Velho Chico, e integra as comemorações pelo aniversário de 113 anos de Pirapora.
Construído em 1913, nos Estados Unidos, o Benjamim Guimarães percorreu o Rio Mississippi e, depois, o Amazonas, até chegar ao São Francisco, em 1920. Com 43,85 metros de comprimento, três decks e propulsão por roda de pás, a embarcação tem capacidade para 28 toneladas de combustível e é considerada um verdadeiro monumento flutuante.
Restauração
A restauração da embarcação foi conduzida pelo Governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult-MG) e do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG), em parceria com a Prefeitura de Pirapora. O processo contemplou a substituição do casco, revisão do maquinário, recuperação da chaminé, camarotes, roda de pás e de todos os sistemas originais da estrutura centenária.
“Entregar o Benjamim Guimarães restaurado é reafirmar que o patrimônio não é apenas o que se preserva, mas o que se vive, o que se sente e o que se transforma em memória coletiva”, destaca João Paulo Martins, presidente do Iepha-MG.
O trabalho de restauração teve início em novembro de 2020, após a assinatura de convênio entre o Iepha-MG e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), com investimento de R$ 5,8 milhões, por meio de recursos do Ministério de Minas e Energia e da Eletrobrás. A obra foi executada pela empresa INC Indústria Naval Catarinense, com acompanhamento técnico da Marinha do Brasil, da Delegacia Fluvial de Pirapora e da prefeitura local.
Para o secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Leônidas de Oliveira, o momento é histórico. “A entrega do Vapor Benjamim Guimarães é um reencontro com a alma do povo mineiro e ribeirinho. Ele carrega memórias, histórias de fé, de luta e de esperança que navegam junto com o Velho Chico. É um patrimônio que não repousa: segue em movimento, como a própria cultura.”
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