O Banco do Brasil (BBAS3), uma das ações mais queridas entre os investidores de dividendos, viu sua cotação despencar mais de 20% apenas em maio de 2025. Essa queda brusca — a pior desde o início da pandemia em março de 2020 — reacendeu dúvidas sobre a rentabilidade futura do banco e provocou rebaixamentos por parte de grandes casas de análise, como o Santander, que reduziu o preço-alvo dos papéis de R$ 35 para R$ 26 e mudou a recomendação de “compra” para “neutro”.
Falta de visibilidade para 2025 pressiona o mercado
Segundo os analistas do Santander, a principal razão para o rebaixamento foi a falta de visibilidade nos resultados do banco para 2025. A incerteza sobre o lucro e o possível impacto no payout — que atualmente está em torno de 45%, mas pode cair para 40% — levanta o alerta para o enfraquecimento do dividend yield.
Esse cenário de indefinição afastou investidores mais conservadores, mesmo que o banco tenha apresentado um lucro ajustado de R$ 7,4 bilhões no primeiro trimestre de 2025. Caso essa média trimestral se mantenha, o lucro anualizado poderia atingir R$ 29,6 bilhões — valor ainda abaixo do guidance inicial de R$ 37 a R$ 41 bilhões.
BBAS3: queda histórica, mas com histórico de recuperação
Para quem acompanha a ação há mais tempo, quedas bruscas não são novidade. Em várias ocasiões nas últimas duas décadas, o papel do BB já recuou entre 30% e 50%. Ainda assim, sempre recuperou seu valor com o tempo. A cotação atual, por volta de R$ 23, está próxima do piso de entrada sugerido por analistas independentes, na faixa entre R$ 20 e R$ 23.
Valuation: BBAS3 ainda barato frente aos pares privados
O P/L (preço sobre lucro) estimado para o BBAS3 está entre 4,2 e 5,0 vezes, dependendo do lucro final de 2025. Isso gera um Earning Yield (E/P) entre 20% e 24%, ou seja, um retorno embutido muito superior ao de bancos privados como Itaú e Bradesco, cujos PLs giram entre 7 e 9 vezes, com Earning Yields de 11% a 14%.
No P/VP (preço sobre valor patrimonial), a discrepância também chama atenção: o BBAS3 está em 0,7, com desconto de 31% em relação aos pares, acima da média histórica de 24%.
Dividendos em 2025: queda momentânea ou nova tendência?
Embora o payout de 40% sinalize uma queda frente ao padrão recente, o Banco do Brasil ainda projeta distribuir cerca de 7% a 8% de dividend yield com base na cotação atual, mesmo com um lucro mais conservador.
Além disso, a estratégia de manter oito pagamentos por ano se mantém, com os próximos proventos previstos para o dia 12 de junho, no valor de R$ 0,36 líquidos por ação, representando um yield de 1,54% no preço atual.
Simulação de crescimento da renda passiva: até R$ 500 mil em dividendos
Um estudo baseado na carteira de um influenciador do setor financeiro mostra que, com 31 mil ações do BBAS3, a renda passiva para 2025 pode chegar a R$ 50 mil anuais, ou R$ 4 mil por mês.
Com reinvestimentos anuais de 10% na quantidade de ações e crescimento médio de 6% no dividendo por ação, a renda anual pode ultrapassar R$ 110 mil em 2030, totalizando cerca de meio milhão de reais acumulados em dividendos líquidos em cinco anos.
Comparativo com renda fixa: retorno potencial acima de IPCA + 11%
Considerando um retorno esperado de 17% a 19% ao ano com ações do BBAS3 (entre dividendos e crescimento patrimonial), o investimento no banco supera em até 5 pontos percentuais o retorno de títulos do Tesouro IPCA+, atualmente na faixa de IPCA + 7%.
Ou seja, mesmo com os riscos de curto prazo, o retorno potencial no médio e longo prazo ainda pode justificar a permanência ou entrada na ação, sobretudo para investidores focados em renda passiva.
BBAS3 ainda é uma oportunidade?
A resposta vai depender do perfil do investidor. Para quem busca previsibilidade absoluta, talvez BBAS3 não seja a melhor escolha no momento. Mas para quem enxerga o longo prazo, entende o funcionamento dos ciclos de lucro e dividendos e está disposto a reaplicar os proventos, o Banco do Brasil pode representar uma das maiores oportunidades da Bolsa brasileira em termos de custo-benefício e geração de renda passiva.
Enquanto o mercado hesita, o investidor disciplinado pode encontrar nos momentos de baixa a chance de acumular ativos de qualidade a preços descontados.
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