A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) projeta que o faturamento do varejo brasileiro cresça 4,8 % no Dia dos Namorados 2025 em comparação com o mesmo período do ano passado. A estimativa anima lojistas de roupas, calçados e acessórios, farmácias e perfumarias, além do segmento de eletroeletrônicos, que devem liderar as vendas na data comemorativa.
Apesar do otimismo, economistas alertam que a inflação resiliente no setor de serviços e os juros ainda elevados — a Selic segue em dois dígitos — podem reduzir o ímpeto do consumidor. Na Grande São Paulo, 69 % das famílias permanecem endividadas e 19,3 % estão inadimplentes, índice que limita linhas de crédito e, consequentemente, o poder de compra.
O ambiente de mercado também pesou sobre o humor dos investidores nesta sexta-feira (6.jun). O Ibovespa recuou 0,18 %, encerrando aos 136 mil pontos, enquanto o dólar cedeu 0,81 %, a R$ 5,67, diante das incertezas sobre novas tarifas comerciais dos Estados Unidos, que podem subir para 50 % sobre aço e alumínio de diversos países a partir da próxima quarta-feira.
No Brasil, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou buscar alinhamento com o Congresso para recalibrar as alíquotas do IOF dentro de uma “reforma estruturante” — comentário que reforçou a cautela dos investidores. Nos EUA, o presidente do Fed, Jerome Powell, evitou qualquer sinalização sobre política monetária, mantendo as bolsas americanas praticamente estáveis e contribuindo para a volatilidade local.
Com cenário externo cheio de ruídos e pressões internas de custo de crédito, o comércio aposta em promoções agressivas e opções de parcelamento para capturar o consumidor apaixonado — e cada vez mais exigente — nesta data que figura entre as cinco mais importantes para o varejo nacional.
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