Receita Federal vai apurar denúncia de racismo contra deputadas mineiras em aeroporto

A Receita Federal do Brasil vai abrir um processo de investigação para apurar a denúncia de suposto racismo contra três deputadas estaduais negras do PT e do PSOL no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na última sexta-feira (11). A informação do processo investigativo foi confirmada pelo órgao nesse domingo (13).

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As três deputadas estaduais, duas de Minas Gerais e uma de São Paulo, registraram um boletim de ocorrência por racismo. Segundo Ediane Maria (PSOL-SP), Andreia de Jesus (PT-MG) e Leninha (PT-MG), elas foram vítimas de revista discriminatória no desembarque do grupo que representou o Brasil no Painel Internacional de Mulheres Afropolíticas, no Senado do México.

Andreia de Jesus relatou, no Instagram, que, entre centenas de passageiros no desembarque, ela e as outras duas parlamentares foram as únicas selecionadas para a revista pelos agentes da Receita Federal.

“O motivo nós já sabemos. É a lógica do “suspeito padrão” que continua operando com as pretas e pretos”, criticou Andreia.

“Um constrangimento que nenhuma pessoa merece passar. Racismo é crime. E a gente vai seguir enfrentando a discriminação em todos os espaços, dentro e fora das instituições”, desabafou a deputada.

Leninha também utilizou as redes sociais para denunciar o episódio e corroborou o depoimento de Andreia, afirmando que nenhuma outra pessoa ao redor foi selecionada para a revista. Ela classificou o episódio como racismo velado, por serem as únicas pessoas “sorteadas” para passar pelo procedimento.

“Não é coincidência. É padrão. É a cor da nossa pele sendo lida como ‘suspeita’ em um país que ainda normaliza a violência racial disfarçada de protocolo. Mas estamos aqui para denunciar, resistir e lembrar: nenhuma humilhação será silenciada”, criticou.

“De todos que estavam na fila, só nós, três mulheres negras, que fomos escolhidas”, relatou a deputada Ediane.

Em nota, a Polícia Federal informou que não foi a instituição responsável pela abordagem. A instituição destacou que “atua com base nos protocolos estabelecidos em seus normativos internos e respeita estritamente os procedimentos legais vigentes”.

“A PF reafirma seu compromisso com a legalidade, a isenção e o respeito aos direitos individuais no cumprimento de suas atribuições”, finalizou a nota.

A Receita Federal confirmou ter sido a responsável pela revista e comunicou que fará a investigação interna para apurar o ocorrido.

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