Taesa (TAEE11) enfrenta pressão nos dividendos em meio a ciclo intenso de investimentos e juros altos

A Taesa (TAEE11), uma das principais transmissoras de energia do Brasil, vive um momento de transição em 2025, marcado por forte aumento de investimentos (CAPEX), crescimento da alavancagem e pressão sobre os dividendos. Com um plano robusto de expansão e modernização, a companhia projeta R$ 7 bilhões em aportes nos próximos cinco anos, refletindo o esforço do setor elétrico para atender à crescente demanda por energia impulsionada, entre outros fatores, pela inteligência artificial.

Apesar de sua característica defensiva e foco em geração de caixa, a empresa vê seus lucros pressionados no curto prazo, com parte da dívida indexada ao CDI — atualmente em patamar elevado. Hoje, cerca de 32% da dívida da Taesa está atrelada ao CDI, o que encarece seu custo financeiro em um ambiente de juros a 15%.

Menor distribuição e ações lateralizadas

O ciclo de lucro atual da Taesa não acompanha o ritmo do ciclo de investimentos. Mesmo com fundamentos sólidos e participação em importantes concessões — algumas com vencimentos só a partir de 2035 —, a alavancagem da empresa está acima do seu histórico: quatro vezes a dívida líquida sobre o EBITDA.

Esse cenário fez com que a ação tivesse desempenho lateral no primeiro semestre de 2025. Enquanto a curva de juros recuou de 16% para cerca de 14% ao ano, a ação TAEE11 se valorizou 12% no período, abaixo do ganho de empresas mais cíclicas, como JHSF, que disparou 65% no mesmo intervalo.

Dividend yield em queda, mas ainda atrativo no longo prazo

Nos últimos 12 meses, o dividend yield líquido da Taesa recuou para 7,19%. A média dos últimos cinco anos, no entanto, é mais robusta: 9,33%. Isso coloca a companhia à frente de muitos ativos de renda fixa, especialmente os isentos, como LCIs e LCAs, mas atrás de concorrentes como ISA CTEEP, que oferece yield de 8,58% com múltiplos mais atrativos.

O valuation da Taesa, medido pelo EV/EBIT, também está acima de outras transmissoras: 7,4 contra 5,5 da ISA CTEEP. Ainda assim, os analistas apontam que a ação não está cara. O preço médio estimado pelos modelos de valuation para os próximos anos gira em torno de R$ 45, contra o preço de tela atual de R$ 35 — um potencial de valorização de 27%, sem contar dividendos.

Preço teto e oportunidades de entrada

Considerando os dividendos líquidos dos últimos cinco anos, o preço teto estimado da ação é de R$ 62, com margem de segurança de até 76%. Já o preço justo baseado nos dividendos atuais indica R$ 42,42. Para investidores que buscam oportunidades de entrada, os níveis entre R$ 30 e R$ 33 para TAEE11 podem representar bons pontos de aporte.

Apesar do cenário macroeconômico desafiador e da competição com a renda fixa, a Taesa ainda é vista como uma ação de valor relevante, especialmente para estratégias de longo prazo. O retorno projetado, somando dividendos e valorização, gira em torno de 44% nos próximos 5 anos — número considerado consistente para o perfil conservador do papel.

Comparativos com small caps e visão estratégica

Enquanto as small caps lideram os ganhos da Bolsa em 2025, com potencial de multiplicação do capital no curto prazo, a Taesa se destaca pela previsibilidade e resiliência. A decisão entre ações de valor e ações de crescimento depende do perfil e do momento de cada investidor.

Para quem busca mais previsibilidade e está construindo uma carteira previdenciária, TAEE11 continua sendo uma opção viável, apesar de temporariamente ofuscada por setores mais voláteis. Fundos como o SPX Hornet Equity chegaram a vender posições relevantes em Taesa, mas começaram a recomprar parte dos papéis, sinalizando uma possível reversão de tendência no médio prazo.

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