Moraes determina a prisão preventiva de Carla Zambelli; PF pede a inclusão da deputada do PL na lista da Interpol


Ao pedir a prisão, o procurador-geral Paulo Gonet afirmou que a medida é necessária para garantir a aplicação da lei penal e disse que a deputada deve ser considerada foragida. A deputada Carla Zambelli, PL, está foragida da justiça
A deputada Carla Zambelli, do PL, está foragida da Justiça. O ministro do STF – Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes determinou a prisão dela, e a Polícia Federal já pediu a inclusão do nome de Zambelli na lista vermelha da Interpol.
O ministro Alexandre de Moraes atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República. Ao pedir a prisão da deputada na terça-feira (3), o procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que a medida é necessária para garantir a aplicação da lei penal e disse que Zambelli deve ser considerada foragida.
Na decisão desta quarta-feira (4), Moraes afirmou que “a jurisprudência do Supremo é firme no sentido da decretação da prisão em razão da fuga do distrito da culpa”; que “no caso de Carla Zambelli, é inequívoca a natureza da alegada viagem à Europa, com o objetivo de se furtar à aplicação da lei penal” e que “lamentavelmente, o intuito criminoso de Carla Zambelli permanece ativo e reiterado”.
Moraes determinou ainda o bloqueio das redes sociais de Zambelli e de familiares dela e uma multa diária de R$ 50 mil se ela fizer novas postagens que “reiterem as condutas criminosas”.
A pedido da PGR, o ministro também mandou bloquear o salário da deputada, o dinheiro depositado nas contas bancárias dela e outros bens. Ele também determinou a apreensão dos passaportes da deputada, inclusive o diplomático, e a inclusão do nome dela na lista vermelha da Interpol. O pedido já foi encaminhado à polícia internacional.
Moraes determina a prisão preventiva de Carla Zambelli; PF pede a inclusão da deputada do PL na lista da Interpol
Jornal Nacional/ Reprodução
A deputada deixou o país 11 dias depois de ter sido condenada pela Primeira Turma do Supremo a dez anos de prisão por invadir o sistema do CNJ – Conselho Nacional de Justiça. Os ministros entenderam que ela orientou o hacker Walter Delgatti a produzir inclusive um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. O processo está na fase final de recurso.
Segundo a assessoria da deputada, ela está na Flórida, nos Estados Unidos. Na terça-feira (3), Zambelli anunciou em uma rede social que saiu do país para fazer um tratamento médico e disse que iria para a Europa, porque tem cidadania italiana. Nesta quarta-feira (4), em nota, ela disse que considerou a decisão de Moraes “ilegal, inconstitucional e autoritária” e que “a perseguição política está apenas começando a ser exposta”.
Na Itália, o deputado italiano Angelo Bonelli, do partido Europa Verde, disse em uma rede social que pediu ao governo que ela seja extraditada do país. Em entrevista à GloboNews, ele criticou a atitude de Zambelli:
“Essa declaração é uma vergonha para a Itália porque não se pode utilizar a cidadania italiana para fugir de uma decisão do tribunal brasileiro. A minha pergunta, a pergunta ao governo é a seguinte: o governo italiano entende fazer cooperação com o governo brasileiro quando vai chegar o pedido de extradição? Sim ou não?”.
No Brasil, a comunicação sobre a prisão de Zambelli à Câmara dos Deputados só vai ser feita após a parlamentar ser presa. Nesse caso, o plenário da casa terá que decidir se mantém a prisão por maioria absoluta.
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