As ações da Suzano (SUZB3) e da Klabin (KLBN11) têm chamado atenção de investidores atentos ao setor de papel e celulose, que enfrenta uma fase desafiadora. A queda acentuada nos preços internacionais da celulose, somada ao aumento do endividamento dessas companhias, tem pressionado seus resultados e suas cotações na Bolsa. Ainda assim, especialistas acreditam que o momento pode representar uma oportunidade para quem investe com visão de longo prazo.
Segundo analistas do BTG Pactual e da Genial Investimentos, apesar do cenário macroeconômico desfavorável, ambas as empresas continuam entregando eficiência operacional, boas margens e geração de caixa consistente.
Klabin: Diversificação Traz Mais Estabilidade
A Klabin tem se mostrado mais resiliente por sua menor exposição à commodity celulose — apenas 37% da sua receita vem desse segmento. O restante está concentrado em papel e embalagens, produtos com demanda mais estável, como papel higiênico, guardanapos e papelão ondulado para o e-commerce.
Mesmo com uma alavancagem mais elevada (dívida líquida/EBITDA de 3,9), a empresa conta com forte geração de caixa e um portfólio diversificado que reduz a volatilidade nos lucros. Seus indicadores de valuation estão abaixo da média histórica, com EV/EBITDA em 8,03 — um sinal de que suas ações estão descontadas.
Contudo, o endividamento impacta o pagamento de dividendos no curto prazo, o que pode desanimar investidores que buscam renda passiva imediata.
Suzano: Forte, Mas Altamente Exposta à Celulose
A Suzano, por outro lado, é mais dependente do ciclo da celulose, com 75% da receita ligada à commodity. Isso torna a ação mais volátil, mas também mais atrativa para quem busca valorização em momentos de recuperação do setor.
Apesar de uma dívida líquida/EBITDA de 3,0, considerada controlada, a empresa sofreu no trimestre com queda de vendas, preços menores e impacto do câmbio. Ainda assim, mantém boa geração de caixa e é beneficiada por uma receita dolarizada, o que oferece proteção em tempos de instabilidade cambial.
Nos últimos anos, a ação SUZB3 acumulou rentabilidades robustas, com destaque para o período entre 2018 e 2021, quando chegou a entregar ganhos de 263%, superando CDI e Ibovespa.
Qual Escolher?
Klabin é mais defensiva, ideal para quem quer estabilidade, mesmo em tempos difíceis. Suzano é mais agressiva, oferecendo maior potencial de valorização no ciclo de alta da celulose.
Para investidores de longo prazo, o momento atual pode representar uma boa entrada, já que ambas as ações estão descontadas, segundo os múltiplos de mercado.
“Empresas cíclicas como essas devem ser avaliadas com base no EV/EBITDA, não no lucro líquido, por refletirem melhor a capacidade de geração de caixa em diferentes momentos do ciclo econômico”, destacou o analista.
O post Queda da celulose derruba Klabin e Suzano, mas analistas veem oportunidade em KLBN11 e SUZB3 apareceu primeiro em O Petróleo.