As ações da Petrobras (PETR4) acumulam queda superior a 23% desde o pico de fevereiro de 2025, sendo negociadas recentemente a R$ 29,35. O principal motivo apontado para essa forte desvalorização é o pacote fiscal de R$ 40 bilhões proposto pelo governo, que mira arrecadações extraordinárias por meio da exploração e regulação do setor de petróleo.
O impacto direto nas finanças da Petrobras, somado à incerteza jurídica e à resistência do Congresso, trouxe insegurança ao mercado. Segundo o BTG Pactual, mais da metade da arrecadação estimada com o pacote pode recair apenas sobre a estatal, através de mudanças como:
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Venda de áreas não contratadas em Tupi, Mero e Atapu (impacto estimado de R$ 15 bilhões só para a Petrobras)
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Utilização de campos como Jubarte (impacto de R$ 2 bilhões)
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Alteração na participação especial e no preço de referência do petróleo, afetando Petrobras, Prio e PetroRecôncavo
O que dizem os especialistas e o setor de petróleo?
O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) alertou para os riscos regulatórios e legais que essas medidas podem provocar, lembrando que o setor já é altamente tributado. Atualmente, dois em cada três barris produzidos no Brasil são convertidos em tributos, encargos e participações.
Apesar disso, o governo ainda não formalizou o projeto, e as negociações seguem em estágio preliminar. A proposta precisa passar pelo Congresso Nacional, que já demonstrou resistência a aumentos de impostos.
Alívio com OPEP e recuperação do petróleo
No cenário internacional, uma boa notícia trouxe certo alívio: a OPEP decidiu não aumentar sua produção de petróleo, contrariando rumores que indicavam um acréscimo iminente na oferta global. A decisão segurou o preço do barril na faixa de US$ 65, o que favorece a receita da Petrobras, altamente sensível às oscilações da commodity.
Gráficos divulgados pelo BTG mostram a correlação direta entre o preço do petróleo e o valor das ações da Petrobras, tanto na B3 quanto na Bolsa de Nova York. Com isso, o mercado segue atento à dinâmica da commodity como principal vetor de recuperação dos papéis.
Projeções de CAPEX e fluxo de caixa em 2025
Apesar da turbulência, a Petrobras manteve o guidance de investimentos (CAPEX) para 2025 em US$ 18,5 bilhões, com variação de ±10%. No primeiro trimestre, foram executados US$ 4,1 bilhões, alinhando-se à meta anual. A antecipação de investimentos em 2024, principalmente no campo de Búzios, reforça a expectativa de resultados consistentes em médio prazo.
Quanto a Petrobras pode pagar em dividendos?
Segundo análise do canal P de Investimento sem Enrolação, com base em diferentes cenários para o preço do petróleo e dólar, a Petrobras poderá distribuir dividendos relevantes em 2025, com base em sua política de payout de no mínimo 45% do fluxo de caixa livre.
Simulações de dividendos para 2025:
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Cenário conservador (petróleo a US$ 65 e dólar a R$ 6):
Dividendos estimados em R$ 2,99 por ação
Dividend yield: 10,18% -
Cenário moderado (petróleo a US$ 70):
Dividendos por ação: R$ 3,60
Dividend yield: 12,28% -
Cenário otimista (petróleo a US$ 75):
Dividendos por ação: R$ 4,01
Dividend yield: 13,66%
Além disso, o Banco BMG projeta que os dividendos somados entre 2025 e 2027 podem atingir cerca de 40%, apenas considerando distribuições ordinárias.
Petrobras está barata?
Análise de múltiplos mostra que a ação PETR4 negocia com:
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Preço sobre valor patrimonial (P/VPA): 0,96
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P/L (preço/lucro) projetado para 2025: 3,98
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P/L atual: 7,8 (abaixo da média histórica de 14,57)
A relação risco-retorno ainda parece atrativa para investidores que aceitam volatilidade e têm visão de longo prazo.
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