Santander paga pouco? Veja quanto investir para receber R$ 10 mil por mês em dividendos

O setor bancário segue sendo uma das principais opções de quem busca estabilidade e lucratividade na Bolsa brasileira. Com margens elevadas, barreiras de entrada robustas e forte regulação, bancos como Santander, Itaú, Bradesco e Banco do Brasil oferecem consistência mesmo em cenários econômicos adversos. Mas será que investir no Santander (SANB11) em 2025 é uma boa ideia para quem deseja viver de dividendos?

Lucro em alta, mas dividendos decepcionam

O Santander Brasil surpreendeu positivamente o mercado com seus resultados do último trimestre. O lucro líquido cresceu 28% em relação ao ano anterior, totalizando quase R$ 4 bilhões. Além disso, o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) subiu 3,3 pontos percentuais e a margem líquida teve alta de 7,7%.

No entanto, quando o foco é renda passiva via dividendos, os números deixam a desejar. O dividend yield anual está em torno de 5,6%, o que é considerado baixo para o setor bancário — especialmente se comparado ao Banco do Brasil e até mesmo ao Bradesco, que apresentam percentuais mais atrativos.

Análise da carteira de crédito e indicadores financeiros

A carteira de crédito total do Santander está em R$ 651 bilhões, bem abaixo dos concorrentes Itaú, Bradesco e Banco do Brasil, que já ultrapassam a marca de R$ 1 trilhão. Apesar do menor porte, o crescimento da carteira foi de 1% em relação ao trimestre anterior e de 4,5% no comparativo anual.

A inadimplência se manteve relativamente estável, caindo levemente de 3,8% para 3,7% no ano — um sinal positivo, embora modesto. Já o índice de eficiência e o custo do crédito demonstraram pequena deterioração, o que pode afetar a geração de valor ao acionista no médio prazo.

Ações baratas ou mal precificadas?

Com a cotação ao redor de R$ 28,40 por unit (SANB11), o Santander se apresenta descontado em relação ao seu histórico e também comparado a pares do setor. O preço sobre valor patrimonial (P/VPA) está em 0,9 — ou seja, as ações estão sendo negociadas com cerca de 10% de desconto.

O preço/lucro (P/L) gira em torno de 8, um dos menores já registrados pelo banco, indicando que o ativo pode estar subvalorizado. No entanto, o principal alerta segue sendo a baixa rentabilidade via dividendos, que exige um aporte elevado para atingir metas de renda mensal.

Simulação: quanto investir no Santander para ganhar R$ 10 mil por mês?

Considerando o preço atual de R$ 28,40 por cota e o dividend yield de 5,6% ao ano, o investidor que deseja receber R$ 10 mil mensais (R$ 120 mil ao ano) precisaria aplicar cerca de R$ 2,27 milhões no banco. Confira as simulações:

  • 10 mil cotas (R$ 284 mil): renda mensal estimada de R$ 1.300

  • 50 mil cotas (R$ 1,42 milhão): renda mensal de R$ 6.666

  • 80 mil cotas (R$ 2,27 milhões): renda mensal aproximada de R$ 10.000

Essa simulação deixa evidente que o Santander exige um volume de capital bem maior do que outras ações para gerar uma renda passiva robusta. Em bancos com dividend yield mais elevado, como o Banco do Brasil, é possível alcançar a mesma meta com quase metade do capital.

Comparação com outros bancos

Banco P/L P/VPA Dividend Yield (%) Carteira de Crédito
Santander 8 0,9 5,6 R$ 651 bilhões
Bradesco 9 1,1 6,2 R$ 1 trilhão
Banco do Brasil 5,7 0,7 8,5 R$ 1,1 trilhão
Itaú Unibanco 10 1,4 6,0 R$ 1,1 trilhão

Enquanto o Santander se destaca pela alta margem bruta, que indica uma forte capacidade de gerar lucro a partir da receita líquida, ele fica atrás dos concorrentes em indicadores fundamentais para quem busca dividendos como estratégia de aposentadoria.

Vale a pena investir no Santander para viver de dividendos?

Se o objetivo for valorização de longo prazo e estabilidade em um setor sólido, o Santander pode sim compor uma carteira diversificada. Mas para quem busca aposentadoria via dividendos, o banco perde competitividade. A necessidade de um aporte muito alto, superior a R$ 2 milhões para gerar R$ 10 mil mensais, torna outras opções do setor mais atraentes.

Antes de tomar qualquer decisão de investimento, compare indicadores, analise o histórico de distribuição de lucros e reflita sobre seus próprios objetivos financeiros. E lembre-se: mesmo bancos sólidos têm ciclos de performance distintos — e investir com base em dados é sempre melhor do que seguir recomendações genéricas.

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