MPF denuncia mandante de assassinato de Bruno Pereira e Dom Phillips

O Ministério Público Federal (MPF) apresentou nesta quinta-feira, 5, uma denúncia formal contra Rubén Dario da Silva Villar, conhecido como “Colômbia”, apontado como mandante do assassinato do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista brasileiro Bruno Pereira. O crime ocorreu em 5 de junho de 2022, na região do Vale do Javari, no Amazonas.

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A denúncia foi apresentada pelo procurador da República Guilherme Diego Rodrigues Leal, com apoio do Grupo de Apoio ao Tribunal do Júri (GATJ), à Justiça Federal de Tabatinga (AM). Villar, que é de nacionalidade peruana, já havia sido indiciado pela Polícia Federal em novembro de 2024 e está preso preventivamente.Morte de Dom e BrunoDom Phillips e Bruno Pereira foram mortos a tiros enquanto realizavam uma expedição na região do Vale do Javari, entre os municípios de Guajará e Atalaia do Norte. Eles desapareceram após passar pela comunidade de São Rafael. Seus corpos foram localizados dias depois, enterrados em uma área de mata.Segundo as investigações, “Colômbia” liderava uma organização criminosa envolvida com tráfico de drogas e pesca ilegal na região de fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru. Ele também responde a outros processos por tráfico, uso de documento falso e crimes ambientais. Villar foi preso inicialmente em junho de 2022 ao se apresentar à Polícia Federal em Tabatinga para negar envolvimento no crime, mas acabou detido por apresentar documentação falsa.De acordo com o MPF, Dom e Bruno foram assassinados por se oporem aos interesses de grupos criminosos que exploram ilegalmente os recursos naturais da região. Os dois atuavam junto a comunidades indígenas, promovendo ações de proteção ambiental e de conscientização.Nove foram denunciados pelo casoCom a denúncia de Villar, sobe para nove o número de pessoas formalmente acusadas pelo crime. Em 2022, o MPF denunciou Amarildo da Costa Oliveira (“Pelado”), Oseney da Costa de Oliveira (“Dos Santos”) e Jefferson da Silva Lima (“Pelado da Dinha”) como os responsáveis diretos pela execução do duplo homicídio e pela ocultação dos corpos.Em junho de 2024, mais cinco pessoas foram acusadas de envolvimento na ocultação dos cadáveres: Francisco Conceição de Freitas, Eliclei Costa de Oliveira, Amarílio de Freitas Oliveira, Otávio da Costa de Oliveira e Edivaldo da Costa de Oliveira.O MPF solicitou que os três executores do crime fossem levados a júri popular. A Justiça Federal de primeira instância aceitou o pedido, mas o Tribunal Regional Federal da 1ª Região retirou Oseney da lista. O MPF recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para que ele também seja julgado pelo júri. Jefferson e Amarildo permanecem presos preventivamente, enquanto Oseney cumpre prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica.

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