Petrobras negocia abaixo do valor patrimonial e projeta mais três proventos em 2025

A Petrobras está em evidência no mercado financeiro em 2025. Enquanto suas ações (PETR4) são negociadas abaixo do valor patrimonial, a estatal avança com uma estratégia de internacionalização, concentrando esforços em novas fronteiras de exploração, como a costa da África e a bacia da Foz do Amazonas. Paralelamente, investidores já se preparam para um novo anúncio de dividendos previsto para agosto, com base no padrão histórico da companhia.

Ações da Petrobras abaixo do valor patrimonial

Nesta sexta-feira, antes da abertura do mercado, as ações preferenciais da Petrobras estavam cotadas a R$ 29,36 — valor inferior ao seu Valor Patrimonial por Ação (VPA), estimado em R$ 30,71. Isso coloca o indicador P/VPA da empresa em 0,96, o que, na avaliação de muitos investidores, representa um possível ponto de entrada atrativo.

Investidores atentos a novos dividendos em agosto

Com base na política atual de remuneração, a Petrobras tem mantido o padrão de anunciar dividendos trimestrais. No primeiro trimestre de 2025, a companhia distribuiu três proventos, totalizando cerca de R$ 0,91 por ação. Segundo o histórico da estatal, a expectativa é que o mesmo se repita em agosto, após a divulgação dos resultados do segundo trimestre no dia 7.

Projeções indicam que o dividendo recorrente da Petrobras para 2025 deve alcançar R$ 3,14 por ação, o que representa um dividend yield de 10,7% sobre a cotação atual. Descontando o valor já pago, o restante do ano pode render aproximadamente R$ 2,23 por ação (cerca de 7,6%).

Nova ofensiva no exterior: foco na costa da África

Sob a liderança de Magda Chambriard, que completa um ano à frente da estatal, a Petrobras está firmando um novo capítulo em sua trajetória internacional. O acordo de exclusividade para negociar nove blocos offshore na Costa do Marfim marca a primeira grande incursão da empresa fora do Brasil nesta gestão.

“Somos especialistas em exploração no Brasil e a correlação com a África é inequívoca. Precisamos ir para onde somos desejados”, declarou a presidente.

Além da Costa do Marfim, a Petrobras já estuda oportunidades na Namíbia, São Tomé e Príncipe, África do Sul e até mesmo na Ásia — com participação prevista em um leilão na costa da Índia, país que já importa petróleo brasileiro em grandes volumes.

Perfuração na Foz do Amazonas avança com simulado

No Brasil, o projeto mais emblemático da companhia é a aguardada perfuração na bacia da Foz do Amazonas, uma área ainda inexplorada e considerada estratégica para a reposição das reservas da empresa frente ao declínio esperado no pré-sal.

A Petrobras enviou ao IBAMA um novo cronograma, propondo:

  • Vistoria da sonda ainda em junho, atualmente ancorada na Baía de Guanabara;

  • Simulação ambiental entre 23 e 27 de junho, incluindo estrutura de apoio no Oiapoque e embarcações em Belém;

  • Teste pré-operacional completo na semana do dia 14 de julho.

Caso o simulado de emergência seja aprovado, a estatal terá cumprido todos os requisitos para obter a licença definitiva de perfuração, um marco para o avanço do projeto.

Riscos e perspectivas para os investidores

Apesar do histórico positivo de distribuição de proventos e da perspectiva de valorização com a retomada do preço do petróleo, a Petrobras enfrenta desafios. O barril tipo Brent — referência para a empresa — vem oscilando e, nos últimos 12 meses, acumula queda de cerca de 16%, impactando diretamente o desempenho das ações.

Além disso, a ampliação da atuação internacional traz incertezas quanto ao retorno dos investimentos. Embora a Petrobras detenha expertise técnica em águas profundas, o ambiente regulatório e operacional em outros países pode oferecer riscos diferentes dos enfrentados no território nacional.

A estratégia da Petrobras em 2025 combina expansão internacional, investimentos em novas fronteiras de exploração e manutenção do compromisso com os acionistas. O histórico consistente de pagamentos trimestrais reforça a atratividade das ações para quem busca renda passiva, especialmente com a cotação abaixo do valor patrimonial.

Ainda assim, é fundamental que o investidor acompanhe de perto a evolução dos projetos no exterior e os desdobramentos regulatórios no Brasil, sobretudo na região da Foz do Amazonas.

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