JHSF3 cresce fora da incorporação e conquista com receita recorrente

A JHSF Participações (JHSF3) reforçou sua imagem de ação “quase FII” ao apresentar resultados financeiros sólidos em 2024, anunciar a continuidade de dividendos mensais para 2025 e divulgar um novo programa de recompra de ações. Em um mercado volátil, a companhia se destacou por sua capacidade de gerar receita recorrente, diversificar suas fontes de lucro e entregar valor ao acionista.

Distribuição mensal de dividendos: entenda o diferencial da JHSF3

Ao contrário da maioria das empresas do setor de incorporação imobiliária, a JHSF adota uma política de distribuição de dividendos mensal, semelhante ao que se observa em muitos fundos imobiliários. Para 2025, a companhia confirmou a distribuição de R$ 250 milhões, o que equivale a R$ 0,37 por ação no ano.

Apesar de o valor mensal individual parecer modesto — cerca de R$ 0,03 por ação —, o rendimento anual se aproxima de 10% para quem comprou os papéis na faixa dos R$ 3,70. Isso torna a JHSF3 competitiva, até mesmo superior, a diversos FIIs em termos de dividend yield.

Além disso, os pagamentos são derivados de lucro recorrente, sustentados por operações em segmentos como shoppings, hotelaria, gastronomia, aeroportos e clubes de campo — o que diferencia a companhia de concorrentes focados exclusivamente em incorporação.

Programa de recompra: sinal de confiança e geração de valor

Em outro movimento que agrada os investidores, o Conselho de Administração da JHSF aprovou a continuidade do programa de recompra de ações até agosto de 2026, com previsão de aquisição de até 28,6 milhões de ações ordinárias — equivalente a 10% dos papéis em circulação.

A recompra reduz o número de ações no mercado, o que tende a elevar o lucro por ação (LPA) e aumentar a distribuição de dividendos futuros. Além disso, é um indicativo de que a própria empresa enxerga suas ações como subvalorizadas, fortalecendo a percepção de oportunidade de investimento.

Resultados financeiros de 2024: lucro líquido quase dobrou

O desempenho financeiro da JHSF em 2024 confirmou a eficiência de seu modelo de negócios. A receita bruta anual ultrapassou R$ 1,7 bilhão, com crescimento de 1,6%. A receita líquida atingiu R$ 1,6 bilhão, praticamente estável no ano, mas com alta de 13,2% no 4T24.

O grande destaque, porém, foi o lucro líquido de R$ 861 milhões, crescimento de 73% em relação a 2023, com margem líquida de impressionantes 53,6%.

Outros destaques financeiros:

  • EBITDA ajustado anual: R$ 1,28 bilhão (+32,3%)

  • Margem EBITDA: 46,8% no ano e 50% no 4T24

  • Redução de 30% nas despesas operacionais

  • Lucro do 4T24: R$ 410,8 milhões (+94,2%)

Receita recorrente compensa queda na incorporação

Embora o segmento de incorporação imobiliária tenha apresentado queda, a JHSF foi capaz de compensar com a performance dos negócios de renda recorrente, como aeroportos, shoppings e hotelaria. Nessa frente, a receita cresceu 304% e o EBITDA ajustado 976%, fortalecendo a estratégia da companhia em focar ativos que geram receita estável.

Essa diversificação torna a JHSF menos vulnerável ao ciclo da construção civil e mais parecida com um portfólio de ativos imobiliários típico de um fundo.

Vendas estratégicas reforçaram o caixa

Em 2024, a JHSF também realizou a venda de participações minoritárias em alguns shoppings de seu portfólio, o que garantiu geração de caixa e fortalecimento da estrutura de capital. Essas operações pontuais mostraram a capacidade da empresa em realizar movimentos cirúrgicos que aumentam a eficiência financeira sem comprometer sua operação.

JHSF3: ação ou fundo imobiliário?

Dada a natureza híbrida da companhia, muitos investidores se perguntam: JHSF3 é uma ação ou um FII disfarçado? A resposta é que ela reúne o melhor dos dois mundos: distribuição mensal de dividendos, portfólio diversificado de ativos geradores de receita e valorização patrimonial típica de ações.

Para investidores que buscam renda passiva consistente, exposição ao setor imobiliário de alta renda e potencial de valorização das ações, a JHSF3 se apresenta como uma oportunidade estratégica — especialmente quando negociada abaixo dos R$ 4,00.

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