A jovem Bruna Eduarda Dias da Silva, 21 anos, suspeita de matar o filho caçula, o pequeno Davi de Araújo Silva, 3 anos, no dia 25 de março deste ano, na cidade de Teixeira de Freitas, no extremo sul do estado, deixou o presídio na manhã deste sábado, 7, após passar 65 dias detida. Ela estava presa desde o dia 2 de abril.O alvará de soltura com a revogação da prisão temporária foi expedido pela 1ª Vara do Júri e Execuções Penais de Teixeira de Freitas. Em nota de esclarecimento, a advogada Flávia Falquetto reafirmou a inocência da cliente.“A Justiça começou a ser feita. Bruna Dias está em liberdade. Sempre afirmamos: ela não estava em casa no momento do ocorrido e os autos confirmam isso. Mesmo assim, foi julgada pela opinião pública, teve sua imagem destruída e sua casa incendiada. Hoje, encontra-se em segurança em outra cidade e poderá responder ao processo com dignidade”, diz em um trecho do documento.Na época da morte do garotinho, o Portal A TARDE conversou com o delegado Ricardo Amaral, titular em exercício da 8ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/ Teixeira de Freitas), e, na ocasião, ele disse que Bruna relatou em depoimento que havia deixou Davi com o padrasto, um adolescente de 16 anos, enquanto levava o filho mais velho na escola, e ao retornar, o menino já estava passando mal. Davi que tinha paralisia cerebral e motora e atraso no desenvolvimento cognitivo, ainda foi levado ao Hospital Estadual Costa das Baleias (HECB).”Ela disse que tinha saído por uns 15 minutos para levar o outro filho na escola e, quando voltou, a criança estava no berço em convulsão. Mas, o laudo [pericial] apontou que havia lesões recentes no corpo da criança”, disse o titular. Os exames médicos apontaram que o garoto teve morte encefálica por consequência grave de um traumatismo craniano, além de ter fratura de clavícula, equimoses no rosto e sinais de violência compatíveis com agressão física.
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A defesaAinda durante as investigações preliminares, em conversa exclusiva com o Portal A TARDE, a advogada Flávia Falquetto revelou que uma confissão sobre o caso chegou a ser apresentada ao delegado e, sem citar detalhes ou pessoas, ela disse: “foram, mais ou menos, umas três horas de conversa e, no final da tarde, eu recebi a confissão do que, de fato, aconteceu. Por conta de o processo estar em segredo de Justiça, nesse momento, nós ainda não vamos apresentar a versão. Inclusive, o delegado ainda vai decidir se essa versão apresentada, de fato, é verdadeira. Enfim, a Bruna não consta nessa versão. Então, ela é inocente, ela não participou, ela não sabia”, afirmou Falquetto, à época.Após a soltura da cliente, ainda por meio de nota, a advogada reafirmou a inocência da mãe de Davi e finalizou alertando sobre julgamentos sem provas e condenações de inocentes. “A verdade será provada. E esperamos que este caso sirva de lição. Ninguém deve ser condenado sem um julgamento justo”, concluiu.