‘Efeito pão de queijo’ amplia consumo de mandioca pela indústria e moagem atinge quase 3 milhões de toneladas; entenda


Levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq, registrou crescimento de 11,5% no processamento da raiz em 2024, comparado ao ano anterior. Pão de queijo
Reprodução/TV TEM
O aumento na procura por produtos derivados da mandioca movimentou a indústria de fécula no Brasil, que registrou em 2024 a moagem de 2,97 milhões de toneladas da raiz. O número representa um crescimento de 11,5% no processamento comparado a 2023.
Pode parecer curioso, mas parte desse impacto envolve produtos que muitas pessoas nem imaginam que vai mandioca, entre eles, o pão de queijo.
“Uma curiosidade que poucas pessoas sabem é sobre o pão de queijo, que vai mais mandioca do que queijo. Algo tão comum no dia a dia mas não sabem. É amido de mandioca”, conta o pesquisador Fábio Isaias Felipe.
O levantamento diz respeito ao cultivo de mandioca feito para a indústria, que é transformado em amido – utilizado na preparação de diversos produtos derivados.
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Ele foi realizado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq, campus de Piracicaba (SP) da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca (Abam).
Segundo Felipe, que é pesquisador da área de mandioca do Cepea, diversos fatores contribuíram para o bom ano no setor. Entre eles, as boas condições climáticas, que permitiram um bom cultivo da raiz.
Foto de arquivo de produção de mandioca
RPC/Caminhos do Campo
Produção de fécula
O aumento na moagem da raiz da mandioca contribuiu também para a produção da fécula, que chegou a 689,3 mil toneladas produzidas em 2024.
O volume corresponde a um crescimento de 10,4% em relação à de 2023, sendo o segundo avanço anual consecutivo e o maior volume desde 2015.
📍 Das mais de 600 mil toneladas, 65,6% foram produzidos no Paraná; 21,3%, em Mato Grosso do Sul; 9,7%, em São Paulo; e o restante (3,4%), em Santa Catarina, Bahia, Alagoas e Pernambuco.
Veja abaixo os setores para os quais a produção de fécula é voltada
Setores de destinos das vendas de fécula de mandioca no Brasil
Derivados do amido de mandioca
O levantamento pontua ainda o aumento na produção dos derivados da raiz. O crescimento foi 28% de 2023 para 2024, totalizando 367,7 mil toneladas. Confira os derivados mais produzidos:
Polvilhos doce e azedo;
Tapioca;
Misturas para pão de queijo;
Amidos modificados.
Com o crescimento, preço médio nominal da fécula recuou 27,7% em 2024, afetando negativamente o Valor Bruto da Produção (VBP), que caiu 21,6% no período, passando para R$ 2,08 bilhões, o menor dos últimos dois anos.
O estudo constatou que a capacidade instalada da indústria nacional para processamento foi de 24,9 mil toneladas de mandioca por dia no ano passado.
O processamento em massa também ajudou na diversificação da produção dos derivados.
No setor, 38% das unidades passaram a produzir pelo menos mais um tipo de derivação, além do produto in natura.
Mandioca e amido
Foto: Freepik
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