‘Leque de possibilidades’, diz estudante de Oiapoque sobre isenção de visto para a Guiana Francesa


Anúncio foi feito pelo presidente da França, Emmanuel Macron, na última quinta-feira (5). Nova etapa é vista como estreitamento das relações franco-brasileiras. Ponte Binacional, em Oiapqoue, na fronteira do Brasil com a Guiana Francesa
Rafael Aleixo/Arquivo Pessoal
Autoridades, estudantes, professores, comerciantes e demais trabalhadores de Oiapoque celebraram o anúncio da isenção da obrigatoriedade do visto para brasileiros entrarem na Guiana Francesa. A nova etapa é vista como estreitamento das relações franco-brasileiras.
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O anúncio foi feito na quinta-feira (5), pelo presidente da França, Emmanuel Macron. Estiveram presentes o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o senador Randolfe Rodrigues (PT-AP).
A acadêmica de história da Universidade Federal do Amapá (Unifap), em Oiapoque, Marinete Cabral Caluf, de 46 anos, contou que com a nova medida, surgem novas oportunidades que agregam no ensino na fronteira.
“Facilita o campo da iniciação científica e intercâmbio, visto que abre-se um leque de possibilidades, pois os órgãos educacionais e as instituições podem viabilizar intercâmbio que venham favorecer o ensino. Poderão levar acadêmicos para participar de palestras, mini cursos, realizar estágios, pesquisas e também se candidatar como voluntários”, destacou a estudante.
Presidente da França retira obrigatoriedade de visto para entrada de brasileiros na Guiana
Campus Binacional Oiapoque da Universidade Federal do Amapá
Unifap/Divulgação
O marido de Marinete, Anderson Lima, de 47 anos, é acadêmico de geografia também no Campus Binacional. Ele contou que outra oportunidade de aprendizado surge com as parcerias acadêmicas que viabilizam pesquisas acadêmicas mais amplas.
“Esta iniciativa gera indiretamente subsídios para alavancar a produção acadêmica na fronteira binacional, principalmente em relação pesquisa e iniciação científica, uma vez que o intercambio facilitado pela isenção do visto, cria um novo panorama que agora pode ser melhor aproveitado e acessado por nossos acadêmicos em seus artigos científicos, trabalhos e pesquisas”, completou.
Além de estudantes, Anderson e Marinete administram uma Lan House na fronteira, trabalhando com a documentação de refugiados. Anderson destacou que agora as perspectivas de negócios são maiores.
“A partir de agora abre-se a possibilidade de realizarmos novos negócios e ganharmos novos parceiros comerciais, uma das grandes dificuldades que tínhamos em relação ao comércio com a Guiana Francesa consistia no acesso à área da Guiana para a prestação de serviços ou mesmo para a obtenção de alguns itens e produtos”, finalizou Anderson.
Marinete e o marido Anderson
Divulgação/Marinete Caluf
O professor do colegiado de história do Campus Binacional, Jonathan Viana, disse que a mudança é um marco histórico se tratando de relações transfronteiriças entre Brasil e França.
“Isso viabilizaria essa mobilidade dos nossos estudantes, inclusive de professores também, entre instituições do Amapá com a Guiana Francesa. E esses intercâmbios iriam possibilitar não apenas trocas acadêmicas, mas também culturais, ampliar essa relação, esse contato com nossos irmãos guianenses, franceses”, disse.
Outro ponto destacado pelo professor é o fortalecimento no ensino de línguas, e por consequência o recebimento de mais turistas estrangeiros franceses.
“A gente desenvolveu um trabalho de mestrado que viabiliza a necessidade de Oiapoque oferecer um local de formação gratuita, para que a comunidade possa ter uma fluência maior […] Esse fortalecimento de línguas estaria relacionado com o brasileiro, ao ser incentivado a conhecer e estudar uma outra língua, como a francesa, abriria possibilidades no território francês […] Sem falar no currículo educacional que melhoraria sem dúvidas”, completou.
Oiapoque, no Norte do Amapá
Arquivo pessoal
Rio Oiapoque, no Amapá, na fronteira entre o Brasil e Guiana Francesa
Rafael Aleixo/Arquivo Pessoal
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