Bolsonaro é interrogado sobre tentativa de golpe de Estado

O ex-presidente Jair Bolsonaro comparece a partir desta segunda-feira, 9, pela primeira vez ao Supremo Tribunal Federal (STF) para ser interrogado, sob a acusação de tentativa de golpe de Estado para se manter no poder após a derrota de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022.O primeiro a ser ouvido será Mauro Cid, seguido dos demais réus em ordem alfabética, com Bolsonaro sendo o sexto a depor. Os horários das sessões foram definidos da seguinte forma: 9 de junho às 14h; 10 de junho às 9h; 11 de junho às 8h; 12 de junho às 9h; e 13 de junho às 9h.

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Em fevereiro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) acusou Bolsonaro, de 70 anos, que governou o Brasil de 2019 a 2022, de liderar uma “organização criminosa” para não reconhecer o resultado das eleições e impedir a posse de Lula.A trama teria sido fracassada pela falta de apoio dos comandantes militares, mas Bolsonaro e outros sete ex-colaboradores podem receber sentenças de 40 anos de prisão se forem condenados por crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.O líder da extrema direita insiste em retornar à política, apesar de ser inelegível para as eleições de 2026, e negar as acusações, declarando-se perseguido pela Justiça.”Esclarecer o que aconteceu”Embora tenha o direito de permanecer em silêncio, Bolsonaro disse na semana passada à imprensa que vai responder sem problemas aos questionamentos da corte.”Acho que é excelente a ideia de ao vivo falarmos sobre golpe de Estado. Estou muito feliz de termos a oportunidade de esclarecer o que aconteceu”, afirmou na quinta-feira o ex-capitão do Exército.No dia seguinte, diante de um grupo de mulheres do Partido Liberal, um tom conciliador e afirmou que comparecerá perante os juízes sem querer desafiar ninguém. “Estarei lá com a verdade do nosso lado”.Cara a cara com MoraesOs interrogatórios acontecerão na sede do STF, um dos prédios depredados por apoiadores de Bolsonaro em Brasília em janeiro de 2023 para pedir aos militares que derrubassem Lula, uma ação à qual a PGR também vincula o ex-presidente. Serão transmitidos ao vivo e podem se estender por toda a semana.Bolsonaro é o sexto na ordem dos interrogatórios divulgados pelo tribunal, o que significa que seu depoimento deve acontecer na terça ou quarta-feira. Para o ex-presidente, será um reencontro inusitado com ex-aliados e inimigos jurados.Ao lado de Bolsonaro, os outros sete acusados ​​também foram convocados para os interrogatórios, entre eles Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens, considerado um traidor pelo bolsonarismo por ter colaborado com a Justiça em troca de uma eventual redução de pena.O depoimento do tenente-coronel permitiu à polícia identificar os diferentes personagens da trama golpista e suas trocas de informações comprometedoras, segundo a investigação.Também serão interrogados quatro ex-ministros e os ex-comandantes da Marinha e da Agência Brasileira de Inteligência.O interrogatório também será o momento do aguardado cara a cara entre Bolsonaro e o ministro Alexandre de Moraes, chamado pelo ex-presidente de “ditador”. Moraes, a PGR e as defesas poderão questionar os acusados.

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