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O alerta vale para remédios como Mounjaro (tirzepatida), Wegovy , Ozempic , Rybelsus (semaglutida), Saxenda e Victoza (liraglutida), pertencentes à classe dos análogos do GLP-1 —ou seja, que têm forma semelhante aos hormônios naturais.Em entrevista ao Portal A TARDE, a endocrinologista Camila Viecceli, do Hospital da Bahia, comentou sobre a possível interferência na eficácia da pílula e afirmou que duas situações podem influenciar.”Ainda não temos estudos que demonstrem essa interferência de forma direta, porém, podem ocorrer duas situações que contribuam para maiores taxas de gestação neste contexto: primeiro, mulheres que perdem muito peso podem melhorar a fertilidade, principalmente aquelas portadoras de síndrome dos ovários policísticos. Em segundo lugar, efeitos colaterais como náuseas, vômitos e diarreia, podem prejudicar a absorção adequada dos anticoncepcionais orais”.Cuidados a serem tomadosCamila também explicou os principais cuidados que as mulheres devem ter ao utilizar esse tipo de medicamento. “Primeiramente, é importante lembrar que se trata de uma medicação voltada ao tratamento de diabetes, obesidade e sobrepeso, com indicação médica. Seu uso sem necessidade deve ser evitado”, afirma a médica.A endocrinologista ressalta que as canetas devem ser armazenadas e administradas corretamente, e que os efeitos colaterais mais comuns devem ser monitorados com o apoio de um profissional da saúde.A médica reforça que o uso exclusivo da pílula durante o tratamento com as canetas pode não ser suficiente: “Por si só, a pílula não é 100% segura e existe uma pequena taxa de falhas, mas quando associada aos medicamentos, deve-se ter cuidados adicionais. Caso a mulher apresente efeitos colaterais como náuseas, vômitos e diarreia, a eficácia da pílula oral poderá ficar prejudicada e é recomendado o uso de métodos adicionais para prevenir uma gestação indesejada”.Entre as alternativas mais seguras, especialmente para quem está usando o Mounjaro, estão métodos contraceptivos que não dependem do trato gastrointestinal para funcionar. Camila cita opções como DIUs (dispositivo intrauterino), implante hormonal, anticoncepcionais injetáveis, adesivos e o uso de preservativos.“Lembrando que o ajuste do método anticoncepcional deverá ser sempre discutido entre médico e paciente”, finaliza a especialista.