Uma mulher foi presa preventivamente no último sábado (7), em Almenara, no Vale do Jequitinhonha em Minas, por liderar uma campanha de fake news nas redes sociais, com intuito difamatório, contra integrantes do sistema de Justiça mineiro. A prisão foi determinada pela Justiça a pedido do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), com o objetivo de preservar a ordem pública e impedir a continuidade dos crimes.
Segundo o MPMG, a investigada criava e gerenciava perfis falsos em redes sociais para atacar a honra de um promotor de Justiça, de sua esposa — uma delegada licenciada — e de outros servidores públicos. As mensagens, com acusações falsas e teor conspiratório, tinham como objetivo minar a confiança da população nas instituições públicas. A ação foi interpretada pelo Ministério Público como um ataque direto ao funcionamento das estruturas democráticas.
A operação, batizada de “Luz da Verdade”, foi deflagrada na sexta-feira (6), em conjunto com as Polícias Civil e Militar. A mulher foi presa em flagrante, pouco antes de realizar novas postagens. Três celulares e um notebook, vinculados às contas utilizadas nos ataques, foram apreendidos.
Para o promotor de Justiça responsável pela investigação, a prisão representa uma resposta firme contra a desinformação: “A liberdade de expressão é um pilar da democracia, mas a produção e o impulsionamento de mentiras para destruir reputações é um crime que precisa ser combatido com rigor”.
Entenda o caso
A mulher é suspeita de comandar uma rede de desinformação estruturada para atingir, com falsas acusações, o promotor de Justiça Olemar Miranda Santiago; a delegada Marianna Campos Diniz do Amaral Ribeiro Santiago (sua esposa); a servidora do Tribunal de Justiça de Minas Gerais Vânia Cristina Viana e o procurador da Câmara Municipal de Almenara, Heleno Batista Vieira.
As fake news circulavam em grupos de WhatsApp, no grupo de Facebook “Jornal de Rubim” e nos perfis de Instagram “@jornalderubim” e “@jornal_almenara”, administrados pela investigada. O conteúdo, apresentado com aparência jornalística, incluía acusações sobre fraudes em concursos públicos, manipulação institucional e supostas ligações com operações policiais, todas desmentidas pelas autoridades.
A investigação revelou que as publicações eram impulsionadas com patrocínio, atingindo mais de 92 mil visualizações. Entre as mentiras propagadas, estava a alegação de que o promotor de Justiça teria agido para atrasar concursos públicos no município. Na verdade, o MPMG firmou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) exigindo a realização desses concursos e move ação com multa diária contra o município.
Outro ponto da campanha de desinformação buscava associar o casal a fraudes investigadas na operação “Panoptes”. No entanto, os dois foram aprovados em concursos realizados em 2013 e nunca foram alvos de investigação. A mulher também descontextualizou uma ação legítima de fiscalização do MPMG, convertendo-a em falsa acusação de envolvimento com fraudes em licitações.
O Ministério Público, a Polícia Civil e a Polícia Militar informaram que as investigações seguem para identificar outras pessoas envolvidas na rede criminosa.
O post Mulher é presa em operação do MPMG por disseminar fake news contra promotor e delegada apareceu primeiro em BHAZ.