Em meio ao crescimento acelerado das criptomoedas, o Bitcoin permanece como o ativo mais polêmico do mercado financeiro. Para alguns, é a moeda do futuro. Para outros, uma bolha especulativa sem fundamentos. Mas afinal, vale a pena investir em Bitcoin? As respostas variam — e envolvem nomes de peso como Charlie Munger, Nassim Taleb e Thiago Reis.
Críticas de gigantes: Munger e Taleb na linha de frente
Charlie Munger, o lendário parceiro de Warren Buffett, classificou o Bitcoin como “repugnante”. Já Nassim Taleb, autor de “A Lógica do Cisne Negro”, afirma que o Bitcoin “falhou como moeda” e virou um esquema especulativo. Ambos são referências em geração de riqueza e alertam para a falta de fluxo de caixa e utilidade prática das criptomoedas.
Segundo eles, os ativos que historicamente acumulam riqueza são real estate (imóveis) e participações acionárias. Moedas, sejam digitais ou fiduciárias, são apenas meio de troca e não armazenam valor de forma estável.
Thiago Reis e a história como guia de investimentos
Thiago Reis, fundador da Suno Research, traz uma visão mais pragmática: apesar de reconhecer a inovação do Bitcoin, ele prefere concentrar seus aportes em ações e imóveis, que são ativos funcionais à sociedade e com histórico de valorização consistente.
Curiosamente, ao investir indiretamente em ETFs como o IVVB11, ele acaba se expondo ao Bitcoin sem querer, por empresas como Tesla que já tiveram posições em cripto.
Mas… o Bitcoin realmente entregou resultados?
Apesar das críticas, os dados falam alto:
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Nos últimos 5 anos, o Bitcoin valorizou quase 20x mais que o CDI e superou o S&P 500.
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Em 2023, mesmo com alta volatilidade, o criptoativo subiu mais de 30%.
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No médio prazo, foi um dos ativos que mais gerou retorno para investidores expostos desde antes da pandemia.
Na comparação com o Ibovespa dolarizado, o Bitcoin também se saiu melhor — indicando que, apesar dos riscos, tem entregado valor.
A estratégia Barbell de Taleb: equilíbrio entre segurança e risco
É interessante notar que o próprio Taleb, ainda que critique o Bitcoin, defende a estratégia de Barbell (halterofilismo):
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90% do patrimônio em ativos extremamente seguros
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10% em ativos altamente arriscados, como small caps, startups e — por que não — criptomoedas
Essa visão é adotada por muitos investidores modernos, que se permitem uma exposição limitada ao risco sem comprometer a base de sua carteira.
E o futuro? Halving, escassez e segurança
Com o próximo halving do Bitcoin previsto, a recompensa por mineração será reduzida, tornando o ativo ainda mais escasso. Estima-se que mais de 6 milhões de Bitcoins estejam perdidos, o que intensifica a percepção de raridade.
Entretanto, existem riscos relevantes:
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Se governos decidirem banir o uso ou compra do Bitcoin, sua liquidez pode despencar.
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A segurança futura da rede dependerá de taxas de transação, o que pode torná-la cara para o uso cotidiano.
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O surgimento de criptos mais rápidas ou com funções aprimoradas pode ameaçar a relevância do BTC.
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