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“A forma de concatenar as ideias é sempre em forma de diálogo. Isso não significa que eu tenha conversado com ele ou encaminhado esse documento”, explicou Ramagem.O parlamentar também afirmou que o arquivo consistia em anotações sequenciais e exclusivas, feitas por ele ao longo do tempo, e destacou que apenas uma das mensagens presentes no material havia sido efetivamente compartilhada: um vídeo público de uma audiência no STF sobre testes de segurança nas urnas eletrônicas.“Essa foi a única mensagem que enviei a alguém. O restante do documento é composto por coisas particulares”, afirmou o deputado.Ramagem negou ainda ter participado da divulgação de informações falsas sobre o processo eleitoral. De acordo com o deputado, o vídeo enviado a Bolsonaro retratava uma apresentação de peritos criminais durante testes públicos de segurança das urnas eletrônicas, sem qualquer edição ou manipulação que distorcesse o conteúdo.“É um vídeo de mais de dez minutos, que mostra a constante evolução dos testes de segurança. Não era algo contra as urnas, mas uma exposição técnica, feita em audiência pública no STF”, disse.AcusaçãoA Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa o deputado Alexandre Ramagem de integrar o núcleo responsável por articular uma tentativa de golpe de Estado, além de produzir ou reunir material que colocaria em dúvida o sistema eletrônico de votação. Em seu depoimento, Ramagem negou as acusações e declarou: “estou aqui para demonstrar a inocência”.Durante o interrogatório no STF, Ramagem também negou ter feito uso da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar autoridades públicas. Ex-diretor do órgão, o deputado afirmou que jamais empregou recursos da agência com esse propósito.“Nunca utilizei monitoramento algum pela Abin de qualquer autoridade”, declarou. “Decerto que não fiz monitoramento de autoridades”, reforçou.Abin ParalelaQuestionado sobre o sistema FirstMile — tecnologia contratada para captar sinais de celulares —, Ramagem explicou que o equipamento foi adquirido ainda durante o governo Michel Temer (MDB), com parecer favorável da Advocacia-Geral da União (AGU), e que a contratação seguiu os trâmites legais.Ele afirmou que decidiu não renovar o contrato após o término da vigência por considerar desnecessária a continuidade do uso da ferramenta. Ramagem acrescentou que, se houver qualquer atuação envolvendo uma suposta “Abin paralela”, isso seria atribuição de servidores e oficiais da agência, não dos auditores subordinados a ele.