Desde Oséias, capítulo 8, versículo 7 do livro do profeta, na Bíblia, “quem semeia ventos, colhe tempestades”, verificando-se mais uma vez o acerto da premonição, aplicado o texto sagrado ao contexto de resistência à política imigratória dos EUA.Agora, depois das labaredas, unindo a população estadunidense defensora dos direitos humanos aos imigrantes perseguidos, resta debelar as chamas e investir na repressão, filha do ódio, prima do desatino e da torpeza.Sabe-se, porém, o quanto a cidadania engajada não teme a luta, a exemplo das organizações civis para libertar escravizados antes mesmo da abolição, passando pelo vitorioso movimento pacifista contra a guerra no Vietname.A “última gota” veio na perseguição a 44 pessoas de outras nacionalidades detidas em Los Angeles, onde três dias de emboscadas brindaram modo aperitivo as batalhas vindouras, em alerta da Anistia Internacional.Seria temer errar apostar em cessar fogo, se o presidente da maior superpotência prefere desafiar, boquirroto, as ondas de protesto, convocando tropas nas ruas, tingindo a Califórnia de grená.O governo californiano, conhecido por seus esforços em democracia direta, na qual a cidadã ou cidadão expressa-se e representa a si próprio em seus pleitos, criticou duramente a “invasão da União ao estado livre”.Tomando como pressupostos o fato de os absurdos da vida nunca cessarem e, mais, a irracionalidade de regimes autoritários, embora revestidos de pastilha democrática, então, é possível dispensar a arte divinatória, pois a escalada de conflitos é fácil de prever. Diante do recrudescimento, ao convocar fuzileiros navais para a guerra fratricida, Donald Trump não vai poder “chorar pelo leite derramado” ao perceber a situação irreversível da fogueira que ele mesmo acendeu.Com sua grogue visão de mundo, legatária do Partido Nacional-Socialista alemão dos anos 1930, Donald Trump segue divorciado da sociedade e dos imigrantes, no “abismo que cavaste com teus pés” em projeção de consequências funestas para seu segundo mandato.
Fogueiras da Liberdade
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