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| Foto: Divulgação
Para encerrar a noite, Mano Teko MC, figura significativa do funk na década de 1990, retorna a Salvador com um repertório marcado pelo funk melody, romantismo, letras conscientes e politizadas.Segundo Maca, que também é idealizador e curador do evento, a presença de Mano Teko MC é importante, pois a arte e a expressão musical do funkeiro estão alinhadas com a proposta do sarau.A parceria entre o MC e o escritor vem de longa data. Teko já participou de outras edições do evento e conta que o Sarau Bem Black foi uma inspiração para a criação do Sarau Divergente, projeto que ele mesmo idealiza e organiza.“A minha relação com o Sarau Bem Black é de construção, é de aprendizado. Toda vez que eu volto a Bahia para estar junto ao sarau é para reforçar isso. É como se fosse uma obrigação do axé. Fui iniciado e agora volto para renovar a minha energia”, declara o MC.O carioca e funkeiro Mano Teko, iniciou sua carreira nos anos 90 sendo integrante da dupla Teko & Buzunga. Dono de vários hits, Teko marcou a 1° geração do funk no Brasil com as músicas Rap da Consciência, Por Causa de Você e Forever to Love. Hoje, em carreira solo, o MC preparou um repertório com os grandes sucessos do funk para o Sarau Bem Black.“O sarau por si só já é incrível. Você sai de lá energizado. Estando presente, serei mais um a somar a troca coletiva que é o Sarau Bem Black. Pretendo somar com o funk, entendo que o funk é poesia e a poesia é funk. Vamos cantar muito, dançar e curtir”, ele declara.A programação também conta com a apresentação da poetisa residente Lúcia Gonçalves e dos demais poetas do sarau: Anajara Tavares, Jairo Pinto, Luiza Gonçalves e Vera Lopes. Poetas do público também podem se apresentar, já que é tradição do evento reservar um momento de microfone aberto para que o público diga suas poesias. A discotecagem do evento fica sob responsabilidade do DJ Joe.Noite de ancestralidade e arteIdealizado por Maca, o Sarau Bem Black comemora, neste ano, 16 anos desde a sua primeira realização, em 2009. Criado para ser um ambiente de exaltação da cultura negra, o sarau costuma acontecer todos os meses do ano, na segunda quarta-feira do mês.O ambiente é, geralmente, um bar. Isso acontece, pois segundo Maca, faz parte da identidade do evento levar a literatura para locais populares. Grandes nomes da música e da literatura como Conceição Evaristo, Ellen Oléria, Sérgio Vaz e Dexter são alguns dos exemplos que já marcaram presença no sarau.Para a edição que acontece amanhã, a expectativa é que o público se encante pela arte. “Espero que o sarau seja divertido, pois é possível conciliar a escrita e o lúdico. O sarau é um culto de coleção, é uma encruzilhada. Espero que se torne um ponto de encontro entre as pessoas. Que tenha uma consequência na vida das pessoas, seja ela racial, política ou lúdica. Que as pessoas passem a entender o funk de uma forma que vai muito além da sensualidade. O funk é diversidade”, reivindica Teko.Sarau Bem Black / Amanhã, 19h / Espaço Xisto Bahia (Rua General Labatut, 27, Anexo à Biblioteca Central dos Barris) / Entrada gratuita*Sob supervisão do editor Chico Castro Jr.