Salvador lidera entre as capitais com maior índice de consumo de álcool

Salvador lidera o ranking de consumo abusivo de álcool entre as capitais brasileiras, com 28,9% dos soteropolitanos afirmando consumir bebidas alcoólicas de forma abusiva, apontam dados do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA).O alcoolismo é uma realidade que afeta não apenas os indivíduos que enfrentam a dependência, mas também suas famílias e a sociedade como um todo.A luta contra o alcoolismo exige apoio e autovigilância contínuos, e é nesse contexto que a Irmandade dos Alcoólicos Anônimos (A.A.) se destaca como uma força transformadora.

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Completando 90 anos de existência – 78 no Brasil e 72 anos em Salvador -, a irmandade tem sido essencial na recuperação de milhões de pessoas ao redor do mundo. Para a presidente da Junta de Serviços Gerais de Alcoólicos Anônimos do Brasil (JUNAAB), Lívia Pires Guimarães, a longevidade de A.A. está na simplicidade, amor e serviço.“Dr. Bob, co-fundador da Irmandade, deixou escrito em sua última aparição antes de falecer que, para que o A.A. siga funcionando, deve manter-se simples e concentrar-se no amor e no serviço. Essas são questões humanas e universais, que sempre trarão bálsamo para qualquer dor, renovando as forças e as esperanças nos corações”, afirma.Só na capital baiana e Região Metropolitana, existem cerca de 40 grupos do A.A. oferecendo um espaço seguro para partilha de experiências e apoio mútuo. Membro há 16 anos do A.A. em Salvador, Alexandre (nome fictício) entende que no programa – com base em 36 princípios divididos em 12 Passos, 12 Tradições e 12 Conceitos – parar não é o suficiente.“Preciso parar, lógico, mas também preciso reformular a minha vida. O que é essa reformulação? Novos ambientes, novas amizades, novas atitudes, novas metas na minha vida… E preciso estar sóbrio para tomar essas decisões por mim mesmo”, explica.Há 25 anos participando da irmandade, Maria (nome fictício) afirma que “o programa foi e tem sido primordial e fantástico em minha vida”. Ela bebia tanto que a situação se tornou “insuportável”. “Hoje sou outra pessoa e em todos esses anos no grupo, tenho observado muitas pessoas chegarem na irmandade em situações tão ruins ou piores que a minha, mas que reconstruíram suas vidas graças ao A.A.”, relata.Mulheres no A.A.Dada a natureza de anonimato do A.A., não existem dados sobre número de membros ou informações sobre eles, mas tem sido notável o crescimento de mulheres que buscam ajuda no grupo, com a popularização das videoconferências.“É muito mais comum que as mulheres bebam escondido. Com o aumento das reuniões online durante a pandemia,(…) elas se sentiram mais confortáveis no ambiente online e algumas até passaram para as reuniões presenciais depois”, relata J.R. (nome fictício), no A.A. há 33 anos.

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