Investir direto nos EUA ou via B3? Simulação revela qual estratégia rende mais

Com a alta do IOF e mudanças no cenário tributário brasileiro, muitos investidores têm se perguntado se ainda vale a pena aplicar diretamente no exterior ou se é mais vantajoso manter os aportes em ativos internacionais listados na B3, como o ETF IVVB11. Uma simulação aprofundada com diferentes aportes e taxas cambiais revelou surpresas — e aponta que a resposta pode estar nos detalhes.

Comparação: investir direto no IVV ou via IVVB11?

A análise comparou dois ETFs que espelham o índice S&P 500: o IVVB11, negociado na B3 e expresso em reais, e o IVV, negociado nas bolsas dos EUA e cotado em dólares. Ambos são geridos pela BlackRock, mas diferem em liquidez, custos e exposição cambial.

No recorte de cinco anos, a rentabilidade bruta do IVVB11 chegou a 112,59%, superando ligeiramente os 104,57% do IVV. No entanto, quando se incluem custos como spread cambial, IOF e taxa de envio e repatriação de recursos, o cenário muda.

Os custos que pesam (e mudam o resultado final)

O estudo considerou:

  • Câmbio há 5 anos: R$ 5,40

  • Câmbio atual: R$ 5,57

  • Spread cambial conservador: 1,95%

  • IOF sobre remessa: 1,1% na ida, 0,38% na volta

  • Taxas de administração: IVVB11 com taxa maior por estrutura de réplica

  • Imposto de Renda: 15% sobre lucro em ambos os casos

Com esses fatores, um aporte de R$ 1.000 transformado em IVVB11 teria virado R$ 2.125,90 em cinco anos. Já o mesmo valor convertido em dólares e aplicado no IVV teria gerado R$ 2.146,99 após repatriação e desconto de IR — uma diferença de R$ 21 a favor do investimento direto no exterior.

E com aportes maiores?

Quanto maior o valor investido, maior a vantagem de investir direto fora. Em uma simulação com R$ 100 mil, a diferença líquida chegou a R$ 2.098 em favor do IVV. Mesmo considerando um spread menor, de 1%, o investimento internacional se manteve mais rentável.

Aporte Rentabilidade Líquida IVVB11 Rentabilidade Líquida IVV Diferença
R$ 1.000 R$ 2.125,90 R$ 2.146,99 R$ 21,09
R$ 10.000 R$ 21.259,00 R$ 21.468,90 R$ 209,90
R$ 100.000 R$ 212.590,00 R$ 214.688,90 R$ 2.098,90

Mesmo com uma vantagem financeira modesta, investir diretamente nos EUA proporciona algo que o IVVB11 não entrega: proteção jurídica e cambial real contra riscos do Brasil.

Especialistas recomendam que ao menos 20% do patrimônio esteja dolarizado como forma de suavizar os impactos da inflação e da desvalorização do real. O estudo da FGV citado no conteúdo reforça essa tese.

Riscos e incertezas: e se o dólar cair?

A simulação parte de um histórico de 5 anos — o que não garante que o comportamento do câmbio ou dos ativos se repetirá. Se o dólar desvalorizar ou houver mudanças nas regras tributárias, o resultado pode se inverter.

Ainda assim, o estudo reforça que, para quem busca diversificação internacional e tem perfil para lidar com custos adicionais e burocracias, investir diretamente no exterior segue vantajoso mesmo com aportes menores.

Investir fora ainda compensa?

A resposta curta é: sim. Ainda que o ganho seja pequeno no curto prazo, o investimento direto no IVV pode superar o IVVB11 na rentabilidade líquida e na proteção de longo prazo. Para quem não quer lidar com câmbio, corretoras estrangeiras e declarações complexas, o IVVB11 segue uma alternativa viável — embora menos eficiente financeiramente.

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