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“São duas notícias boas e uma que nos preocupa. Houve uma redução no número de atendimentos e não tivemos pacientes graves. Isso é muito bom, demonstra um maior cuidado das pessoas com fogos de artifícios e fogueiras. No entanto, as crianças estão sofrendo com queimaduras e a gente pede aos pais e responsáveis que reflitam melhor sobre essa exposição delas no São João”, afirma.O cirurgião plástico e especialista em queimaduras do Hospital Mater Dei Salvador (HMDS), Carlos Briglia, pontua que é preciso atenção com as crianças quando estiverem brincando com as bombas infantis. “Quando a criança está com um adulto está protegida, mas quando está sozinha com os fogos então tudo pode acontecer. A fumaça pode causar alergia, casos de conjuntivite com certa frequência e a queimadura é por irresponsabilidade dos pais ou responsáveis pela criança”, indica.Risco dos fogosHá uma diferença no perigo de cada explosivo do São João, conforme Carlos Briglia. Ele explica que a bomba não costuma queimar e sim, mutilar, gerando perda de ponta de dedo, fratura ou até amputação de acordo com a bomba. Com relação aos fogos, como a popular espada, o risco é de que atinja alguém, o que pode gerar lesões ou traumas.“Quem mais se queima com as espadas é o curioso, porque as pessoas que estão soltando os fogos estão protegidas de alguma forma, então não se queimam com facilidade. No geral, as queimaduras são pequenas, mas os curiosos se queimam de uma forma mais violenta”, comenta.Um dos curiosos que já se acidentou com as espadas foi o professor da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Marcelo Freitas, que nasceu no Ceará e descobriu a prática aqui.“Ano passado queimei meu pé, fazendo uma filmagem da guerra e no ano anterior uma espada acertou minha canela, enquanto eu filmava, fazendo um corte, mas sem gravidade. Não precisei ir ao hospital”, afirma. Ele conta que já viu uma amiga ter uma queimadura séria entre as pernas e ressalta a necessidade de atenção. “Fico encantado com as espadas, entretanto entendo os riscos e perigos desse artefato pirotécnico. O risco tanto de soltar quanto de sua fabricação artesanal”.O maior número de internações por queimaduras causadas por fogos de artifício acontece justo no mês de junho desde 2022, com 34% das ocorrências.