A obsessão por uma pele lisa, sem poros e com textura uniforme ganhou força nas redes sociais — impulsionada por filtros e promessas milagrosas no mercado de beleza. Mas a realidade é bem diferente da tela do celular. De acordo com a dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, é preciso desmistificar a ideia de que pele bonita é pele sem poros.
“Todo mundo tem poros, e eles são essenciais para a saúde da pele”, afirma a médica. “Essas pequenas aberturas permitem a saída de pelos finos e do sebo, que ajuda a manter a barreira cutânea protegida e hidratada.” O que aparece nas redes sociais, segundo ela, são imagens editadas, maquiadas ou filtradas — e não um padrão real de pele.
Genética, oleosidade e idade: os fatores que influenciam
O tamanho dos poros é determinado principalmente pela genética e pelo tipo de pele. Pessoas com pele oleosa ou mista tendem a ter poros mais evidentes, especialmente na chamada zona T (testa, nariz e queixo). Além disso, o envelhecimento também pode torná-los mais visíveis.
“Ao longo dos anos, perdemos colágeno e firmeza. Isso faz com que os poros pareçam maiores, mas não significa que estejam abertos ou dilatados. É uma mudança estrutural natural”, explica Dra. Paola.
Quando é necessário tratar os poros?
Na maioria dos casos, o tamanho dos poros é apenas uma característica estética — e não um problema médico. O tratamento é indicado quando há obstruções (como cravos), inflamações (como acne) ou alterações que tornam os poros excessivamente perceptíveis.
Nesses casos, a rotina de cuidados deve combinar tratamentos em consultório e um skincare adaptado. Protetor solar diário é fundamental, além de ativos como o ácido retinóico, que regula a oleosidade e estimula a renovação celular.
O que funciona — e o que não funciona
Procedimentos como lasers, microagulhamento e radiofrequência podem estimular a produção de colágeno e melhorar a textura da pele. No entanto, a dermatologista alerta: “Não existe milagre em uma semana. E os poros não podem ser fechados ou eliminados, porque são estruturas permanentes da pele.”
Ela também faz um alerta sobre soluções caseiras e dicas da internet. “Gelo, esfoliantes abrasivos ou máscaras feitas em casa podem irritar e até piorar o quadro. O ideal é sempre buscar orientação profissional.”
Realidade e autocuidado
Para Dra. Paola, o mais importante é mudar a perspectiva. “Buscar uma pele mais uniforme e saudável é válido, mas sem cair em padrões irreais. Pele saudável é aquela bem cuidada — e isso inclui aceitar que poros fazem parte dessa realidade.”
Fonte: Dra. Paola Pomerantzeff – Dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD). Graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina Santo Amaro, é especialista em Dermatologia pela AMB/SBD, com mais de 10 anos de experiência em dermatologia clínica. Instagram: @drapaoladermatologista
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