Homem faz transplante de mãos e volta a ter movimentos após 17 anos

Aos 29 anos, o croata Luka Krizanac vive um momento que há muito tempo parecia impossível: está redescobrindo o uso das mãos e aprendendo a digitar no celular. Essa habilidade simples representa uma vitória pessoal gigantesca para o estudante, que passou quase duas décadas sem os membros superiores.Tudo começou quando Luka tinha apenas 12 anos. Uma infecção respiratória grave evoluiu para um quadro de sepse, comprometendo gravemente sua saúde. As consequências foram drásticas: necrose nos pés e mãos, resultando na amputação parcial dos quatro membros. Desde então, ele enfrentou uma rotina marcada por limitações e dependência.Apesar da perda dos pés, Luka considera que se adaptou melhor ao uso de próteses nas pernas. O maior desafio, segundo ele, sempre foi a ausência das mãos, já que os modelos robóticos ainda não são capazes de reproduzir a precisão dos movimentos humanos. Com o tempo, a falta de autonomia se tornou um fardo e o desejo de conquistar independência se intensificou.Desde 2018, ele sonhava com a possibilidade de um transplante, mas o procedimento foi postergado por diferentes motivos: a pandemia de Covid-19 e problemas de saúde que aumentavam o risco de infecção.

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Em janeiro deste ano, finalmente surgiu a oportunidade tão aguardada. Um par de mãos compatível em tom de pele, tipo sanguíneo, gênero e tamanho foi identificado. A cirurgia foi realizada no hospital Penn Medicine, nos Estados Unidos, uma instituição de referência nesse tipo de intervenção complexa, que já foi realizada menos de 200 vezes no mundo.Logo após o procedimento, a circulação sanguínea nas novas mãos foi restabelecida. Já os nervos, como esperado, levaram mais tempo para reagir. Atualmente, Luka avança na reabilitação por meio de um programa intensivo de fisioterapia. Ele também faz uso contínuo de medicamentos para evitar rejeição e estimular a regeneração neurológica.Agora, com as duas mãos funcionais, Luka se dedica a pequenas conquistas do dia a dia — e sonha com outras maiores. “Quero tirar carteira de motorista, cuidar da minha própria vida. Agora, tenho duas mãos saudáveis. É apenas uma questão de tempo”, disse.

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