Impossível calcular e mesmo uma estimativa seria temer errar quantas vidas foram salvas na “Operação em Chamas”, liderada pela Polícia Civil, ao desarticular fabricos clandestinos de fogos de artifício na Bahia.Não tiveram alternativa os “empreendedores”, senão assinar o flagrante perfeito lavrado pelos homens da lei, ao receberem a visita-surpresa os infratores, acusados de expor a risco de morte a mão de obra temporária.Uma simples faísca poderia servir de ignição para levar tudo aos ares, como ocorreu em Santo Antônio de Jesus, em 1998, ceifando 64 vidas, em episódio sempre presente em temporalidade afetiva, depois de 27 anos.O delegado de polícia Arthur Gallas, da Coordenação de Fiscalização de Produtos Controlados (CFPC), constatou, além das falhas de segurança no manuseio da pólvora, a documentação irregular em erro de licenciamento.Como é banal acontecer num país como o Brasil, os investidores recrutam pessoas em situação de insegurança alimentar para trabalhar em condição análoga à escravidão, tendo sido libertados seis prestadores de serviço.A blitz não ocorreu às cegas, já havia pistas seguras para conduzir a ação ao êxito obtido, ao varejarem os policiais galpões e barracas instalados indevidamente nos municípios de Feira de Santana, Alagoinhas e Serrinha.Mais de 2 milhões de fogos produzidos pelos clandestinos foram recolhidos, e uma outra quantidade poderá ter igual destino, nos próximos dias, pois já há planejamento para a segunda etapa de repressão.Os estabelecimentos irregulares foram lacrados e interditados, como forma de “punição pedagógica” com objetivo de inibir o oportunismo sazonal do comércio do produto barulhento no mês de junho.O assunto é do interesse do Exército, a quem cabe fiscalizar; do Corpo de Bombeiros Militar e das prefeituras, devendo o bom exemplo dos investigadores ganhar repercussão e ser reproduzido onde se impõe cenário similar marcado pela negligência.
Com fogo não se brinca
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