Na última sessão da Câmara Municipal de Brusque, ocorrida na noite de terça-feira(10), alguns moradores do loteamento Schaefer, localizado no Centro, foram se manifestar contra a derrubada das árvores, algumas delas plantadas há mais de quatro décadas, para a construção da Unidade de Saúde no bairro. A maioria dos vereadores aprovou a derrubada e a construção do equipamento municipal e essa semana ocorreu a “limpeza” do terreno.
De uma forma discreta, parte dos moradores levantaram uma placa com a palavra luto durante a fala dos vereadores. O parlamentar Rogério dos Santos(Republicanos) que defende o grupo, apresentou um vídeo onde uma criancinha questiona: “O que fizeram com a minha floresta?” no bosque Dr. Nica, terreno, que foi doado para a prefeitura pelo médico e benfeitor da cidade para que se mantivesse uma área verde no local.
De acordo com o vereador Rogério, existiria outros locais para se construir o equipamento público: “É lamentável. Eu respeito a posição dos demais vereadores, mas a gente entende que existem outros locais esse essa UBS poderia ter ser construída. Inclusive eu levantei alguns locais com os engenheiros e com os moradores ali onde seria viável essa construção. Logicamente que o prefeito não acatou. Eu não sei quais são as questões pessoais que ele tem e com isso eu fiquei muito triste. Que exemplo essa criança está tendo dos os nossos governantes. Que trauma essa criança vai levar para vida dela se nós pregamos uma coisa, que é o respeiro ao meio ambiente e o governo municipal faz exatamente outra”, afirma o parlamentar.
O líder do governo na Câmara, Paulinho Sestrem(PL) “É um movimento ligítimo dos moradores. Eu não estou em defesa aqui da derrubada das árvores, pois todo mundo gosta do meio ambiente, mas governar é prioridade e tem prioridades que o governo muitas vezes tem que que escolher e nesse caso teve a justiça que autorizou, todo o trâmite desde o início teve uma conversa aberta com os moradores, foi explicado pelo prefeito que aquilo lá não foi não foi nunca foi uma área verde desde a criação do loteamento e sim uma área de uso comum. Então chegou esse trâmite até por causa dos moradores fazendo todos os seus atos legais e diante da 10 ações judiciais. Essa atitude não tem nada de crime, não tem nada ilegal. Inclusive essa casa teve a preocupação em relação ao recurso de quase R$ 3 milhões para que o município não perdesse em função do tempo. Foi feita a a conversa com os moradores, foi feito um projeto de desapropriação aqui na câmara de vereadores e foi aprovado por maioria dos vereadores. Foi feita a retirada das árvores e a obra deve iniciar como o esperado”, afirma Sestrem.
“Prefeito agiu com o fígado”, afirma morador
O empresário Antonio Zendron Neto, representou a comissão dos moradores que estavam na Câmara na entrevista concedida ao Olhar do Vale . Para ele, embora a árvores tenham sido derrubadas, uma batalha foi perdida, mas a guerra ainda não acabou. Isso porque ainda existem ações judiciais tramitando na justiça para impedir a construção do equipamento público:
“Não temos muito o que fazer, a área foi totalmente destruída e a única coisa que nós podíamos fazer é vir aqui na Câmara protestar contra o ato que eles tiveram há duas semanas atrás autorizando a demolição desse desse bosque, autorizando porque eles aprovaram um projeto em regime de urgência a desafetação dessa área. Infelizmente os vereadores foram reféns do prefeito e agora o prejuízo já tá feito, mas a batalha não está perdida porque nós temos ações ainda correndo na justiça. O que foi derrubada foi a liminar. O prefeito não quis esperar o mérito das ações ser julgado e então estamos aqui ainda lutando para tentar preservar ou tentar recuperar ainda essa área não como ela era, mas quem sabe com o passar dos anos volte ao que era. Esse bosque tinha já mais de 40 anos, então acreditamos que vamos levar aí um bom tempo se um dia tivermos a oportunidade de recuperar essa área. Agora o movimento dos moradores é no sentido de resguardar a área”, destaca Zendron.
De acordo com o morador, alguns trâmites legais não foram cumpridos para que se chegasse ao ponto da derrubada das árvores. ” O prefeito tem todos os projetos para aprovar, para construir, mas o que acontece é que a desafetação da área não cumpriu as etapas que deveriam, ou seja, a audiência pública para ouvir a comunidade, o estudo de impacto de vizinhança e o estudo do impacto ambiental que isso pode ocasionar. Aí sim com todos esses elementos, poderia ser discutido realmente se poderia ou não construir na área”, diz o morador.
Zendron finaliza a entrevista afirmando que há questões pessoais e não o pensamento no bem comum que fizeram o prefeito a de Brusque tomar essa atitude: ” Ele age com o fígado e quando se age assim, a razão vai pro espaço e infelizmente o nosso prefeito agiu dessa forma. Ele tem raiva, ele tem certamente também inveja e nós achamos no loteamento que ele tem realmente algum problema de recalque ou alguma coisa parecida e é lamentável. Uma uma pessoa que tá à frente de município deveria ter as ideias bem organizadas para poder levar e ouvir a população “.
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