A seleção e o futebol brasileiro não pode depender tanto de estocadas individuais e de belos lances isolados.
Algumas mudanças estratégicas contra o Paraguai aumentaram as esperanças, como a maior intensidade, a compactação e a marcação mais de perto para recuperar a bola. Isso não ocorria antes. Por outro lado, faltou mais domínio da bola no meio campo, mais troca de passes e menos pressa para chegar ao gol. A seleção e o futebol brasileiro não pode depender tanto de estocadas individuais e de belos lances isolados dos meias ofensivos e atacantes.
Matheus Cunha foi o camisa 9 contra o Paraguai
| Foto: @rafaelribeirorio I CBF
Gostei também do posicionamento de Matheus, que voltava para receber a bola e abria espaços na frente para os outros atacantes. Contra o Paraguai, o Brasil não teve um clássico centroavante, camisa 9, nem um clássico meia de ligação centralizado, camisa 10, único responsável pela armação das jogadas. Houve muita movimentação dos jogadores do meio campo para frente.
Contra o Paraguai, o Brasil não teve um clássico centroavante, camisa 9.
Continua a dúvida se a formação com dois jogadores no meio campo e quatro mais adiantados, é a melhor opção contra seleções mais fortes, que colocam muitos jogadores no setor para trocar passes e ter o domínio da bola e do jogo, como fez a Argentina na goleada por 4×1. Ancelotti já disse que seu time não terá filosofia nem identidade. Vai jogar de acordo com o momento e o adversário.Copa do Mundo de ClubesSábado, começou a primeira Copa do Mundo de Clubes com 32 equipes. Os europeus são favoritos, mas pode haver surpresas, ainda mais que eles estão no final de temporada, em uma época que deveriam estar de férias. Além disso, faltam alguns grandes times europeus, como Liverpool, Arsenal e Barcelona.É uma contradição as Copas do Mundo de clubes e de seleções serem disputadas nos EUA, um país que vive no momento uma grande repressão contra os imigrantes, que adoram futebol e que gostariam de estarem presentes nos estádios. Não há nenhuma ação do governo americano de facilitar os vistos, que normalmente são bastante demorados. O governo está alerta contra os torcedores que vão chegar com vistos, mas que podem tentar prolongar as suas permanências no país.Lembranças de TostãoDepois que operei de catarata e passei a enxergar muito melhor voltei a ler livros com mais prazer. Terminei de ler o delicioso livro: “Bambino a Roma”, escrito por Chico Buarque, que conta a história da sua infância e adolescência na Itália. Comecei a ler “1960”, escrito pelo cronista e memorialista José Trajano, que conta a sua infância e adolescência no Rio de Janeiro, perto do Maracanã, onde viu seu América ser campeão carioca. Descobri um ótimo programa esportivo no canal Uol com as presenças entre outros de José Trajano e Juca Kfouri, companheiros e mestres da crônica esportiva.A vida e o futebol não começaram nos anos 80 nem a partir da internet. É preciso conhecer o passado para compreender o presente e sonhar com o futuro.*Tostão é cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970.