O gestor de investimentos respondeu ontem a questionamentos de seguidores no YouTube e Instagram sobre o rebalanceamento de sua carteira pessoal. Entre as dúvidas, estavam a avaliação do setor de petróleo diante do conflito entre Irã e Israel, e a decisão de vender ações da CPFL Energia (CPFE3) para aumentar posição na Copel (CPLE6). Neste artigo, são detalhadas as razões por trás dessas escolhas e as perspectivas para cada ativo.
Conflito Irã-Israel pode impulsionar o barril de petróleo
Desde o início das hostilidades entre Irã e Israel, analistas alertam para o risco de escalada no estreito de Ormuz, principal rota de exportação de petróleo do Oriente Médio. Declarações de ambos os países apontam para um confronto que pode durar dias ou semanas, sem indicação de cessar-fogo imediato.
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Fechamento do Estreito: Caso o Irã interrompa o tráfego, até 20% do comércio global de óleo ficaria comprometido, gerando uma alta abrupta dos preços.
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Volatilidade: Mesmo sem risco nuclear, a incerteza política mantém o barril oscilando entre quedas pontuais e fortes subidas, conforme medidas de sanções e retaliações mútuas.
Neste cenário, as grandes petroleiras tendem a se valorizar. No entanto, permanece a dúvida sobre intervenção estatal no controle de preços domésticos, sobretudo na Petrobras (PETR4), o que pode limitar ganhos no curto prazo.
Por que vender CPFL e comprar Copel
A CPFL Energia teve valorização expressiva desde 2021, saltando de cerca de R$ 15 para mais de R$ 40 por ação, impulsionada por dividendos médios de 7% ao ano. Apesar do bom desempenho, o gestor observa que:
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Desconto potencial em Copel: Privatizada em 2022, Copel ainda negocia a patamares atrativos, com espaço para rerating conforme o mercado reconheça sua maior eficiência operacional.
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Crescimento de dividendos: Projeções indicam aumento de payout a partir de 2026, sustentado por fluxo de caixa regulado e reajustes pelo IPCA.
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Alocação dinâmica: A operação prevê uso de estratégias com opções para proteger queda de CPFL e capturar alta de Copel, assegurando bônus em ambos os lados.
Outras posições estratégicas
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Sanepar (SAPR11): Após fatos relevantes sobre indenização histórica, a ação teve forte volatilidade, mas recuo recente abre janela de compra para quem busca rendimento residencial em saneamento.
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IS Energia (IEEA3): Com desconto extra provocado pela venda de parte do bloco pela Eletrobras, oferece dividend yield de 10,2% e reajustes pelo IPCA, mesmo num cenário de capitalização regulatória.
Esses nomes permanecem no radar do gestor, que privilegia papéis de utilities estáveis e com histórico de distribuição de proventos.
Debate: Banco do Brasil ou BB Seguridade?
A comparação entre BB Seguridade (BBSE3) e Banco do Brasil (BBAS3) envolve dois perfis de risco:
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BB Seguridade: P/L em torno de 8,2, queda moderada de 2% nos últimos seis meses e dividend yield previsto de 10,7%, com resultados menos sujeitos a oscilações cíclicas.
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Banco do Brasil: P/L de 5,7 após desvalorização de 13% em um ano decorrente de guidance conservador e perspectivas de lucro mais fraco no 2º trimestre. Apesar do risco de revisão de guidance, a ação já acumula queda de 27,5% desde o topo, podendo oferecer ponto de entrada atraente para investidores de prazo.
A escolha dependerá do apetite a volatilidade e da visão sobre resultados bancários no curto prazo.
O rebalanceamento da carteira reflete a necessidade de ajustar exposições conforme o cenário geopolítico e as valorizações setoriais. A troca de CPFL por Copel, aliada ao uso de opções, visa capturar potenciais ganhos em utilities menos precificadas, enquanto o acompanhamento de petróleo e de papéis de saneamento garante diversificação. Para o segmento financeiro, a decisão entre BB Seguridade e Banco do Brasil deverá considerar perfil de risco e horizonte de investimento.
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