Ações de crescimento vs dividendos: Qual estratégia gera mais retorno

Se você acredita que não é possível encontrar ações que cresçam e ainda paguem bons dividendos, está enganado. Muitas empresas da Bolsa conseguem entregar crescimento sustentável no lucro e, ao mesmo tempo, distribuir proventos generosos aos acionistas.

Neste artigo, você entenderá:

  • Quando faz sentido vender uma ação;

  • Se vale a pena investir em empresas de crescimento que não pagam dividendos;

  • Como funciona o pagamento antecipado com longos prazos;

  • E ainda uma análise real sobre ações como BB Seguridade, Copasa, Itaúsa, Banco ABC, Cemig e Tegma.

Empresas que crescem e pagam bons dividendos

Ao contrário do que muitos pensam, não há conflito entre crescimento e pagamento de dividendos. Há várias empresas na Bolsa brasileira que combinam essas duas características.

Exemplos de empresas que crescem e pagam dividendos:

Empresa Crescimento de Lucro (Últimos 10 anos) Retorno Total (%) Dividend Yield Médio (%)
BB Seguridade (BBSE3) De R$ 3,2 bi para R$ 8,3 bi +483% ~8%
Cemig (CMIG4) De R$ 2 bi para R$ 7 bi +220% ~10%
Itaúsa (ITSA4) Lucro consistente +400% ~6%
Copasa (CSMG3) Crescimento constante +800% ~9%
Banco ABC (ABCB4) De R$ 200 mi para R$ 1 bi +240% ~7%

Esses números reforçam que é totalmente viável investir em ações que oferecem crescimento do patrimônio, valorização da cotação e dividendos robustos.

Vender uma ação na alta? Nem sempre é a melhor escolha

Uma dúvida recorrente dos investidores é: “Se a ação sobe muito, devo vender?”

A resposta não é absoluta. Um exemplo claro é o da Caixa Seguridade (CXSE3), que ultrapassou o preço teto calculado, mas seguia com fundamentos sólidos e dividendos atrativos.

Mesmo acima do preço justo, a empresa entregava dividend yield de 8% ao ano, o que fez muitos investidores manterem o papel na carteira para continuar recebendo os proventos.

O preço teto é um parâmetro de entrada, mas não deve ser usado cegamente como gatilho de venda, especialmente se os fundamentos permanecem sólidos.

Quando vale a pena vender uma ação com prejuízo?

Sim, vender com prejuízo pode ser a melhor decisão em alguns casos. Exemplos reais mostram isso:

  • IRB (IRBR3): Vendeu com R$ 3 mil de prejuízo. Depois, a ação desabou ainda mais.

  • Jalles Machado (JALL3): Venda com cerca de R$ 7 mil de prejuízo, evitando perdas ainda maiores após queda superior a 50%.

O erro comum dos investidores é “esperar empatar”, o que muitas vezes leva a prejuízos ainda maiores.

Pagamento antecipado e o ajuste pela Selic: Funciona?

Empresas como DrexPrev (Dr. Prev) anunciaram dividendos com datas de pagamento bem distantes — até 9 meses depois da data de anúncio. Isso levanta a questão: “Existe compensação pela Selic nesse período?”

A resposta é não. O provento fica registrado no caixa da empresa, que gera receita financeira até o pagamento, refletindo nos próximos lucros.

Apesar do atraso, a política de distribuição é extremamente sólida:

  • Payout médio de 95% dos lucros.

  • Distribuição em 8 datas ao ano, entre dividendos e juros sobre capital próprio (JCP).

  • Flexibilidade para o investidor decidir se reinveste na empresa ou em outro ativo mais atrativo.

Tegma (TGMA3): Vale a pena?

A Tegma é uma empresa do setor de logística que impressiona pelos seus números:

  • ROIC próximo a 40%.

  • ROE de cerca de 30%.

  • Payout de 70% do lucro, bem acima do mínimo estatutário de 50%.

A empresa anuncia 3 proventos anuais, com datas-com em abril, agosto e novembro, entregando retorno consistente mesmo com oscilações típicas do setor.

Caixa seguridade: Boa, mas com atenção

Embora seja uma das boas pagadoras da Bolsa, a Caixa Seguridade (CXSE3) exige cautela:

  • Idealmente, o preço de entrada deveria ser abaixo de R$ 14.

  • A empresa paga proventos trimestrais, com yield projetado de até 9%.

  • Recentemente anunciou pagamento de R$ 0,31 por ação, equivalente a 2,1% de yield mensal na cotação de R$ 14,76.

Calendário de proventos da caixa seguridade:

Data Com Pagamento Valor por Ação
01/08 15/08 R$ 0,31
Janeiro 15/01 A definir
Abril 15/05 A definir
Agosto 15/08 A definir
Novembro 18/11 A definir

 Crescimento e dividendos não são opostos

O mito de que empresas que pagam dividendos não crescem não se sustenta na prática. O investidor que seleciona boas empresas consegue:

  • Crescimento do patrimônio;

  • Renda passiva consistente;

  • E proteção contra crises ao focar em ativos resilientes.

Seja escolhendo ações como Cemig, BB Seguridade, Itaúsa, Copasa ou Tegma, o caminho é olhar sempre para fundamentos, retorno sobre capital e política de dividendos.

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