Bolsonaro é indiciado pela PF em caso da “Abin Paralela”

A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) e o vereador Carlos Bolsonaro, no inquérito que apura o uso ilegal de ferramentas na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), caso que ficou conhecido como “Abin Paralela”. Conforme apuração da CNN, ao todo, mais de 30 pessoas foram indiciadas no caso.

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A apuração iniciou após o GLOBO revelar, em março de 2023, a compra de um sistema espião pela agência para monitorar a localização de alvos pré-determinados em todo o país.De acordo com a informação da PF, a estrutura produziu dossiês ilegalmente e atuou na disseminação de notícias falsas contra membros da cúpula do Judiciário e do Legislativo, além de um ex-presidenciável, servidores públicos e jornalistas. A operação também monitorou clandestinamente milhares de cidadãos, incluindo autoridades dos três poderes.Ramagem e o ex-presidente já negaram a existência dessa estrutura paralela na Abin e sua participação em espionagens ilegais. A Abin, por sua vez, afirma estar “à disposição das autoridades” e destaca que os fatos investigados ocorreram em “gestões passadas”.De acordo com o inquérito, a estrutura teria funcionado sob a gestão de Ramagem, seguindo ordens de Bolsonaro. Utilizando uma ferramenta de espionagem, dados eram coletados de celulares e antenas para identificar o último local conhecido dos aparelhos.O documento ainda aponta ações contra o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso; os ministros Alexandre de Moraes, Luiz Fux e Dias Toffoli; o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL); o ex-chefe da Casa, Rodrigo Maia; e o ex-governador de São Paulo e pré-candidato à Presidência João Doria, entre outros alvos.Outros indiciamentosAlém da Abin Paralela, Jair Bolsonaro tem mais três indiciamentos da PF desde que terminou o mandato, em 2022. Essa é considerada uma etapa inicial e significa que a polícia encontrou elementos suficientes de autoria de algum crime. Entre os casos então:Falsificação no cartão de vacinaO primeiro caso em que a PF indiciou Bolsonaro foi em março de 2024 pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema público no caso que apura a falsificação de certificados de vacinas de covid-19 .Presentes de luxoO seu segundo indiciamento, e outras 11 pessoas, incluindo Mauro Cid, foi em julho do ano passado. O grupo é investigado por desvio de itens de luxo ainda durante o governo do ex-presidente. Os crimes apontados são de lavagem de dinheiro, peculato e associação criminosa.Golpe de EstadoNo terceiro indiciamento, que atinge Bolsonaro e outras 36 pessoas, a PF atribuiu a todos os denunciados os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. O grupo teria atuado na elaboração de um plano golpista para evitar a posse do atual presidente Lula após as eleições de 2022.

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