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A apuração iniciou após o GLOBO revelar, em março de 2023, a compra de um sistema espião pela agência para monitorar a localização de alvos pré-determinados em todo o país.De acordo com a informação da PF, a estrutura produziu dossiês ilegalmente e atuou na disseminação de notícias falsas contra membros da cúpula do Judiciário e do Legislativo, além de um ex-presidenciável, servidores públicos e jornalistas. A operação também monitorou clandestinamente milhares de cidadãos, incluindo autoridades dos três poderes.Ramagem e o ex-presidente já negaram a existência dessa estrutura paralela na Abin e sua participação em espionagens ilegais. A Abin, por sua vez, afirma estar “à disposição das autoridades” e destaca que os fatos investigados ocorreram em “gestões passadas”.De acordo com o inquérito, a estrutura teria funcionado sob a gestão de Ramagem, seguindo ordens de Bolsonaro. Utilizando uma ferramenta de espionagem, dados eram coletados de celulares e antenas para identificar o último local conhecido dos aparelhos.O documento ainda aponta ações contra o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso; os ministros Alexandre de Moraes, Luiz Fux e Dias Toffoli; o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL); o ex-chefe da Casa, Rodrigo Maia; e o ex-governador de São Paulo e pré-candidato à Presidência João Doria, entre outros alvos.Outros indiciamentosAlém da Abin Paralela, Jair Bolsonaro tem mais três indiciamentos da PF desde que terminou o mandato, em 2022. Essa é considerada uma etapa inicial e significa que a polícia encontrou elementos suficientes de autoria de algum crime. Entre os casos então:Falsificação no cartão de vacinaO primeiro caso em que a PF indiciou Bolsonaro foi em março de 2024 pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema público no caso que apura a falsificação de certificados de vacinas de covid-19 .Presentes de luxoO seu segundo indiciamento, e outras 11 pessoas, incluindo Mauro Cid, foi em julho do ano passado. O grupo é investigado por desvio de itens de luxo ainda durante o governo do ex-presidente. Os crimes apontados são de lavagem de dinheiro, peculato e associação criminosa.Golpe de EstadoNo terceiro indiciamento, que atinge Bolsonaro e outras 36 pessoas, a PF atribuiu a todos os denunciados os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. O grupo teria atuado na elaboração de um plano golpista para evitar a posse do atual presidente Lula após as eleições de 2022.