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Conflito: donos x condôminosO tema resgata a polêmica sobre a regulamentação do aluguel por temporada em condomínios. Embora a “Lei do Inquilinato” permita a modalidade, a Lei passou a vigorar em 1991, quando os aplicativos de aluguel não existiam. As plataformas se baseiam nesta lei para continuar atuando.Apesar disso, essas empresas estão sujeitas à legislação em que os condomínios se baseiam. O Código Civil garante o direito de propriedade, mas com limites relacionados à função social, ao sossego, à segurança e à saúde dos outros moradores, aponta o advogado. Com isso, surgem conflitos entre o direito do dono de usar seu imóvel como quiser e o direito dos demais condôminos à tranquilidade e segurança.
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Em nota enviada ao iG, o Airbnb afirma que “proibir ou restringir a locação por temporada viola o direito constitucional de propriedade de quem aluga o seu imóvel”.A empresa argumenta que proibir essas locações afeta a renda de milhares de brasileiros que dependem do aluguel temporário, como aposentados e autônomos. Para apoiar seus usuários, o Airbnb oferece orientação jurídica, materiais educativos e, em alguns casos, suporte legal em disputas com condomínios.Já a Booking.com, embora mais discreta, também apoia políticas que favorecem a economia compartilhada, desde que respeitadas as regras locais.Ambas as plataformas buscam manter seu modelo de negócio, baseado na descentralização da hospedagem e na geração de renda, mas enfrentam crescente pressão de legisladores, autoridades e moradores que pedem mais controle sobre esse tipo de atividade.[O Portal A TARDE entrou em contato com as empresas. O Airbnb ainda não retornou o conato, enquanto o Booking enviou a seguinte nota. “Na Booking.com, nós apoiamos uma regulamentação transparente sobre aluguéis de curta temporada. Operamos de acordo com as legislações de cada mercado e trabalhamos em conjunto com autoridades locais e outras partes interessadas para garantir um resultado positivo para viajantes, proprietários e economias locais”. ReformaA reforma do Código Civil foi apresentada oficialmente pelo ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), no início deste ano. Elaborada por uma comissão de juristas criada pelo parlamentar, se tornou o Projeto de Lei nº 4/2024.O projeto da reforma ainda precisa de um despacho da Presidência do Senado para começar a ser discutido nas comissões da Casa. Se for aprovado pelos senadores, ainda precisará ser analisado na Câmara dos Deputados.