‘Tinha perdido minha vida se fosse arma de verdade’, diz jovem atingido por espingarda de pressão em shopping


Vítima, de 27 anos, fazia manutenção de cancela quando foi surpreendido por motorista irritado por ter perdido ticket de estacionamento em Ribeirão Preto. Suspeito teve prisão preventiva decretada. Homem que atirou em funcionário de shopping em Ribeirão Preto, SP, ameaçava vizinhos
O técnico em eletrônica atingido por uma arma de pressão enquanto prestava um serviço em um shopping de Ribeirão Preto (SP) segue internado em um hospital particular da cidade e está fora de risco, mas ainda está assustado com o que aconteceu e com o que poderia ter acontecido.
“Eu tinha perdido minha vida se fosse uma arma de verdade. Onde pegou, se fosse uma arma de verdade, o estrago é maior, eu tinha morrido”, afirmou o jovem de 27 anos, que preferiu não ser identificado.
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O crime ocorreu a terça-feira (17) em um centro de compras da zona leste de Ribeirão Preto e foi registrado por câmeras de segurança. O funcionário fazia a manutenção das catracas quando foi surpreendido por um motorista irritado porque, ao perder o ticket do estacionamento, não conseguia a liberação para sair.
O funcionário foi atingido na perna e foi hospitalizado. O motorista Alípio Gomes, de 58 anos, foi preso preventivamente e responde por embriaguez ao volante, porte ilegal de arma e drogas, além de resistência de desacato, porque também é suspeito de ameaçar policiais ao ser abordado.
Além da espingarda de pressão, policiais apreenderam uma arma de choque, um canivete, uma faca e pinos que pareciam ser de cocaína na caminhonete dele.
Homem atirou em segurança de shopping com arma de pressão em Ribeirão Preto, SP
Câmera de segurança
‘Falou que ia me matar’
O jovem conta que, como de costume, realizava a manutenção em uma das cancelas do estacionamento do shopping quando um motorista, em um equipamento ao lado, teve problemas para sair. Segundo ele, o homem havia perdido o ticket de estacionamento e não conseguia a liberação para ir embora.
“Ele começou a conversar de boa com o segurança que estava ao lado, mas o pessoal foi juntando fila atrás dele e foi buzinando, ele ficou um pouco bravo, ficou nervoso”, conta.
Por conta da fila que foi se formando, o jovem conta que o motorista começou a se irritar e tentou, com as próprias mãos, levantar a cancela para ir embora, mas não conseguiu. O funcionário afirma que ainda o orientou para que aguardasse enquanto outra pessoa do shopping providenciasse a saída dele após conferir documentos que comprovassem que o veículo era dele. Um procedimento que, segundo ele, não demoraria um minuto.
“Aí eu falei pra ele: seu documento já está com o menino, vou abrir aqui pra você e você para ali ao lado, só para o pessoal passar, pra não ficar causando tumulto.”
O motorista, segundo ele, ficou ainda mais nervoso quando outro que estava na fila buzinou. Foi nesse momento, de acordo com o jovem, que o suspeito pegou a espingarda de pressão e partiu pra cima dele.
“Foi no carro e buscou uma arma. Ele já vai pra cima, ele ameaça me matar. Ele só falou que ia me matar, que ia atrás de mim.”
Com a arma apontada para o peito e para o rosto, o jovem conta que sua reação de defesa foi tentar desviar a direção da arma. Ele conseguiu segurar a espingarda, mas ainda assim acabou atingido na perna.
Alípio Gomes, suspeito de atirar em funcionário de shopping com arma de pressão em Ribeirão Preto (SP).
Reprodução/EPTV
“Quando ele pega a arma ele já aponta ela no meu peito, aí minha reação foi pegar e trazer ela pra baixo, tirar ela da vista do meu rosto, onde ele acertou um tiro na minha perna. Ela entrou pela virilha e está alojada na parte posterior da coxa, ela entrou em uma profundidade legal.”
Por fim, a vítima ainda corre, o motorista guarda a arma no veículo e foge. Os policiais foram acionados e conseguiram identificar a placa da caminhonete e ir até o endereço do suspeito, no Centro de Ribeirão Preto. Ele foi preso em casa e, depois, teve a prisão preventiva decretada.
Para o técnico em eletrônica, o desfecho poderia ter sido muito pior. Isso porque a polícia apurou, mais tarde, que o suspeito tinha uma faca dentro do carro. Enquanto se recupera, a vítima tem dúvidas se vai conseguir voltar a trabalhar com segurança depois do que viveu.
“A gente está em um ambiente de trabalho, a gente também depois fica um pouco com medo.”
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