Alexandre de Moraes errado? Abin paralela espionou homônimo por engano

Em relatório divulgado nesta quarta-feira,16, a Polícia Federal (PF) revelou que a chamada “Abin paralela” — esquema ilegal da Agência Brasileira de Inteligência para monitoramento de autoridades e civis — espionou um gerente geral chamado Alexandre de Moraes, com o objetivo de vigiar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) que tem o mesmo nome.

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De acordo com investigações da PF, os sistemas eram utilizados para monitoramento, que acabavam encontrando associações erradas de pessoas, como pesquisa por homônimos.”O registro, por exemplo, associado à pesquisa de ‘Alexandre de Moraes Soares’ não apresenta nenhuma justificativa, levando à plausibilidade de terem sido realizadas três pesquisas do homônimo do Exmo. Ministro Relator no dia 18/05/2019. O homônimo alvo da pesquisa, ainda, reside no Estado de São Paulo”, aponta o documento.Conforme a PF, o gerente-geral Alexandre de Moraes Soares mora em São Paulo e trabalha em uma rede de lojas especializadas no mercado varejista doméstico.As pesquisas foram feitas diversas vezes, por um agente de inteligência da Abin chamado Thiago Gomes Quinalia e sem justificativa.Quinalia integrava parte do quarto núcleo, o Núcleo-evento portaria 15, que eram responsáveis por vincular políticos e magistrados ao Primeiro Comando da Capital (PCC).Abin ParalelaA Polícia Federal indiciou nesta semana o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) e o vereador Carlos Bolsonaro, no inquérito que apura o uso ilegal de ferramentas na Abin para espionagem, caso que ficou conhecido como “Abin Paralela”. Conforme apuração da CNN, ao todo, mais de 30 pessoas foram indiciadas no caso.A apuração iniciou após o GLOBO revelar, em março de 2023, a compra de um sistema espião pela agência para monitorar a localização de alvos pré-determinados em todo o país.De acordo com a informação da PF, a estrutura produziu dossiês ilegalmente e atuou na disseminação de notícias falsas contra membros da cúpula do Judiciário e do Legislativo, além de um ex-presidenciável, servidores públicos e jornalistas. A operação também monitorou clandestinamente milhares de cidadãos, incluindo autoridades dos três poderes.

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