O Banco do Brasil (BBAS3) voltou ao centro das atenções do mercado financeiro. Após uma queda acumulada de 26% desde a divulgação do resultado do primeiro trimestre de 2025, as ações da estatal estão sob forte pressão, impulsionada principalmente pelo aumento expressivo das posições vendidas (short) no papel.
Um relatório recente do JP Morgan trouxe uma análise que reforça a cautela em relação às ações do banco. Segundo os analistas, embora a volatilidade política, especialmente diante das eleições de 2026, possa gerar algum alívio temporário nas cotações, os problemas de qualidade dos ativos ainda preocupam e levam tempo para serem plenamente absorvidos pelo mercado.
Possível corte de dividendos acende alerta
O relatório também levanta uma preocupação relevante para os investidores focados em dividendos. O JP Morgan revisou para baixo a estimativa de lucro do Banco do Brasil para 2025, projetando R$ 27,5 bilhões — abaixo da média anualizada do primeiro trimestre, que indicaria algo próximo de R$ 29,6 bilhões.
Com isso, os analistas não descartam uma redução no payout (percentual do lucro distribuído como dividendos), dos atuais 40%-45% para até 30%. Essa hipótese, se confirmada, teria forte impacto sobre o preço teto da ação e poderia desencadear uma nova rodada de quedas, sobretudo entre investidores que priorizam o recebimento de proventos.
Queda acentuada e nível histórico de desconto
Atualmente, o Banco do Brasil negocia próximo de 0,69 vezes seu valor patrimonial — patamar que não era visto desde 2021 e um dos menores dos últimos 10 anos. Esse nível historicamente baixo pode indicar uma oportunidade de compra, especialmente se houver uma reversão nas posições vendidas.
Posições vendidas em alta podem estar perto do limite
O aumento das posições vendidas nas ações do Banco do Brasil tem sido um dos principais fatores de pressão sobre o papel nas últimas semanas. No entanto, alguns analistas acreditam que esse movimento pode estar perto de um esgotamento.
A lógica é simples: com a queda acelerada, investidores que operaram vendido começam a realizar lucros, fechando parte das suas posições. Esse movimento, por sua vez, pode gerar pressão compradora e ajudar na recuperação das ações.
Eleições de 2026 no radar
O JP Morgan também observa que o cenário político terá influência sobre as ações do Banco do Brasil. A queda na popularidade do governo atual pode aumentar as apostas do mercado em uma mudança de gestão nas eleições presidenciais de 2026, o que historicamente impacta a percepção dos investidores sobre estatais como o BBAS3.
Apesar da cautela recomendada pelos analistas do JP Morgan, o atual patamar de preço do Banco do Brasil é visto por muitos investidores como uma oportunidade. No entanto, o risco de um corte no payout de dividendos e a instabilidade causada pelas eleições de 2026 seguem no radar e podem definir o rumo da ação nos próximos meses.
O post Banco do Brasil: JP Morgan vê cautela e alerta sobre dividendos e posições vendidas apareceu primeiro em O Petróleo.