Petrobras pode pagar dividendos extras em 2025; veja os fatores

A Petrobras (PETR4) poderá distribuir dividendos extraordinários aos acionistas em 2025, dependendo de uma combinação de fatores financeiros e operacionais. A informação foi confirmada pela própria presidente da companhia, Magda Chambriard, em entrevista ao Canal Livre, onde destacou que a estatal “fará muito esforço” para realizar pagamentos adicionais neste ano.

No entanto, a execução desse pagamento está condicionada à manutenção de parâmetros financeiros, especialmente relacionados ao preço do petróleo Brent, geração de caixa, endividamento e controle de investimentos, conforme previsto no Plano Estratégico 2024-2028 da empresa.

Fatores que destravam dividendos extraordinários da Petrobras

A política financeira da Petrobras permite o pagamento de dividendos extraordinários desde que a sustentabilidade financeira da companhia seja preservada. Isso envolve atender três critérios principais:

  • Geração de caixa operacional acima dos investimentos e obrigações financeiras.

  • Caixa mínimo de US$ 6 bilhões, com a empresa atualmente mantendo cerca de US$ 8 bilhões.

  • Dívida bruta dentro do intervalo de US$ 55 a US$ 75 bilhões, com o patamar atual em US$ 64,5 bilhões.

Segundo o relatório financeiro do 1T25, a dívida bruta está exatamente dentro da meta estabelecida, com US$ 64,5 bilhões, sendo US$ 23,8 bilhões em dívida financeira e US$ 40 bilhões em arrendamentos operacionais. Este último número cresceu devido à entrada em operação de plataformas como o FPSO Almirante Tamandaré e à prorrogação de contratos.

Impacto do preço do petróleo Brent

O preço do petróleo Brent é um dos principais fatores externos que determinam a capacidade da Petrobras de gerar caixa para pagar dividendos adicionais.

Nos últimos trimestres, o Brent oscilou de US$ 83 (1T24) para US$ 65 (2T25), impactando diretamente o fluxo de caixa operacional. A presidente da companhia indicou que preços acima de US$ 70 por barril já proporcionariam uma condição favorável, e acima de US$ 75, a situação se torna bastante confortável para viabilizar dividendos extraordinários.

Análise do fluxo de caixa e despesas

Nos cinco últimos trimestres, a Petrobras enfrentou desafios no controle de caixa:

Trimestre Brent (US$) Fluxo de Caixa Op. (US$ bi) Variação de Caixa (US$ bi)
1T24 83 10,3 -4,2
2T24 75 11,3 +1,2
3T24 77 11,1 +0,3
4T24 75 9,8 -6,8
1T25 75 10,5 +0,4

Simulação de dividendos extraordinários em 2025

Considerando os resultados operacionais e financeiros atuais, além da manutenção do Brent acima de US$ 75 no segundo semestre, a Petrobras teria espaço para distribuir um dividendo extraordinário na seguinte ordem:

  • Valor estimado: US$ 2,5 bilhões

  • Conversão aproximada: R$ 13,7 bilhões (câmbio médio de R$ 5,50)

  • Pagamento estimado por ação: R$ 1,50

Esse pagamento dependeria, adicionalmente, da companhia manter a disciplina no controle de despesas operacionais, postergar investimentos não essenciais e, possivelmente, recorrer a captações de até US$ 1 bilhão para reforço de caixa, caso necessário.

Dividendos ordinários já confirmados para 2025

Segundo o site de Relações com Investidores da Petrobras, já estão programados dividendos ordinários relativos ao 2T25 e 3T25. Esses valores, porém, serão modestos, refletindo o impacto do petróleo a US$ 65 no segundo trimestre e menor geração de caixa.

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