Os Estados Unidos atacaram, na noite do dia 21 de junho de 2025, instalações nucleares do Irã, marcando uma escalada direta no conflito entre Israel e Irã. A confirmação foi feita pelo próprio presidente dos EUA, que informou que o alvo foram usinas e centros de enriquecimento de urânio iranianos.
O ataque ocorre em meio a um ambiente de tensões crescentes no Oriente Médio e pode provocar impactos significativos no mercado global de commodities, especialmente no petróleo. Após a confirmação, o preço do barril Brent futuro subiu de US$ 77 para US$ 82 na madrugada desta sexta-feira, com projeções que podem superar os US$ 90 caso a escalada continue.
Essa valorização do petróleo beneficia diretamente empresas exportadoras de óleo e gás, como a Petrobras (PETR4), que tem aproximadamente 60% de sua receita atrelada ao mercado externo.
Por que o petróleo está subindo?
Motivo principal: risco geopolítico no Oriente Médio
O Oriente Médio concentra cerca de 31% da produção mundial de petróleo, segundo dados da Agência Internacional de Energia (IEA). O Irã, especificamente, é o oitavo maior produtor global, com capacidade de cerca de 3,2 milhões de barris por dia.
O ataque dos EUA às instalações nucleares iranianas aumenta o risco de bloqueios no Estreito de Ormuz, por onde passa aproximadamente 20% de todo o petróleo comercializado no mundo. Esse risco dispara os preços futuros, uma vez que qualquer interrupção na oferta global tem impacto imediato no mercado.
Impacto direto na Petrobras (PETR4)
Maior receita e possível dividendo extraordinário
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Câmbio: cotado entre R$ 5,40 e R$ 5,50, o dólar alto aumenta o valor das exportações.
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Preço do petróleo: com o Brent acima de US$ 82 e podendo buscar US$ 90, a margem da Petrobras cresce substancialmente.
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Dividendos: analistas já projetam a possibilidade de dividendos extraordinários ainda em 2025, se a cotação do barril se mantiver nesses patamares.
A própria diretoria da Petrobras vinha sinalizando, desde maio, que a geração de caixa poderia permitir uma revisão no guidance de distribuição de proventos. Agora, com o petróleo subindo, o cenário fica ainda mais favorável.
E o preço dos combustíveis no Brasil?
Apesar da disparada do petróleo no mercado internacional, a Petrobras mantém, desde 2023, uma política de preços baseada na paridade de mercado interno, considerando custos de refino, logística e competitividade, e não apenas a paridade internacional.
Segundo fontes da companhia, não há previsão de aumento imediato no preço da gasolina ou do diesel no mercado interno, mas o cenário será monitorado caso o Brent ultrapasse os US$ 90.
Outras commodities também são afetadas
Além do petróleo, outros mercados globais estão em alerta:
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Minério de ferro: pressionado pela desaceleração da China, que zerou tarifas de importação para produtos africanos, buscando diversificar sua matriz de fornecedores frente às tensões comerciais com os EUA.
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Alimentos e fertilizantes: podem ser impactados pelo custo logístico global, que tende a subir com o petróleo mais caro.
Petróleo pode passar de US$ 90?
Cenário técnico e geopolítico aponta alta
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Última máxima do Brent: US$ 87, nas últimas 52 semanas.
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Projeção de curto prazo: caso haja retaliações por parte do Irã, especialmente com ameaças de fechamento do Estreito de Ormuz, o barril pode superar US$ 90, podendo alcançar US$ 95, segundo projeções do Goldman Sachs e da Bloomberg Commodities.
Essa escalada pode gerar reflexos diretos não só no setor energético, mas em toda a economia global, elevando custos logísticos, pressionando inflação e alterando decisões de juros em países emergentes, como o Brasil.
Reflexos no mercado financeiro brasileiro
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Ações da Petrobras: tendem a subir na abertura da próxima semana, com expectativa de valorização puxada pela elevação do Brent.
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Setor petroleiro: empresas como 3R Petroleum (RRRP3) e Prio (PRIO3) também podem ser beneficiadas.
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Ibovespa: o peso dos setores de commodities e bancos pode trazer volatilidade, com influência direta do cenário externo.
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