A mineradora Vale (VALE3) deve anunciar dividendos expressivos no segundo semestre de 2025, com expectativa de até R$ 4,30 por ação, segundo relatório do BBI (Bradesco BBI). O valor inclui aproximadamente US$ 1,5 bilhão em dividendos ordinários e até US$ 1,7 bilhão em dividendos extraordinários, impulsionados pela sólida geração de caixa e pela recuperação da demanda global por minério de ferro.
Atualmente, as ações da companhia estão cotadas na casa dos R$ 49,92, nível considerado próximo às mínimas do ano, em função de um cenário de desaceleração econômica na China e queda no preço do minério de ferro, que gira em torno de US$ 98 a tonelada, segundo dados da S&P Global.
China impulsiona demanda global com acordo histórico na África
No dia 12 de junho de 2025, a China anunciou um acordo de isenção tarifária para 53 países africanos, visando estimular a industrialização e projetos de infraestrutura no continente. Essa decisão deve gerar aumento significativo na demanda por aço e, consequentemente, por minério de ferro, beneficiando diretamente a Vale, que possui exposição relevante ao mercado chinês.
Com a expectativa de expansão das obras de infraestrutura na África, analistas projetam pressão de alta no preço do minério nos próximos trimestres, fator que pode destravar valor para a mineradora no segundo semestre de 2025 e em 2026.
Saúde financeira da Vale segue robusta
De acordo com o balanço do 1º trimestre de 2025, a Vale apresenta indicadores sólidos:
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Ativos totais: R$ 394 bilhões
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Ativo circulante: R$ 84 bilhões
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Caixa e equivalentes: R$ 22 bilhões
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Contas a receber: R$ 12 bilhões
Apesar da redução no caixa em relação ao 4T24, o nível continua confortável para sustentar dividendos elevados, além de programas de recompra de ações.
Histórico de dividendos e projeções para 2025
Em março de 2025, a Vale já pagou R$ 2,14 por ação em dividendos. A expectativa agora, segundo o BBI, é de que o novo pagamento — previsto para setembro — some até R$ 4,30 por ação, considerando dividendos regulares e extraordinários.
Total estimado de dividendos em 2025:
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R$ 2,14 (já pago)
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+ R$ 4,30 (projeção para 2º semestre)
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= R$ 6,44 por ação no total em 2025
A mineradora mantém uma política mínima de payout de 25% do lucro líquido, mas historicamente distribui valores superiores, na faixa de 60%, especialmente em períodos de forte geração de caixa.
Programa de recompra de ações reforça retorno ao acionista
Além dos dividendos, a Vale está executando um novo programa de recompra de ações, anunciado no início de 2025. A estratégia reduz o número de ações em circulação, elevando o lucro e os dividendos por ação no médio e longo prazo.
O programa pode ser intensificado no segundo semestre, dependendo do desempenho operacional e do fluxo de caixa, conforme tendência observada nos anos anteriores.
Cotação atrativa e perspectiva para os próximos meses
As ações da Vale encerraram a semana cotadas a R$ 49,92, próximas dos suportes técnicos registrados em abril (R$ 49,20) e no início do ano (R$ 49,31). A combinação de preço descontado, expectativa de dividendos elevados e aquecimento da demanda global por minério de ferro cria um cenário de interesse para investidores focados em renda passiva.
Impacto da parceria China-África no preço do minério e nos lucros da Vale
O acordo firmado entre a China e os países africanos deve elevar o consumo global de aço, com impacto direto na procura por minério de ferro nos próximos anos. A Vale, que tem baixo custo de produção — abaixo de US$ 80 por tonelada, segue competitiva, mesmo com o minério oscilando entre US$ 95 e US$ 100.
Esse cenário reforça a expectativa de aumento na geração de caixa, distribuição de dividendos robustos e manutenção dos programas de recompra, consolidando a mineradora como uma das maiores pagadoras de proventos da Bolsa brasileira.
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