Taesa antecipa obras, mantém dividendos altos e ações descontadas

A Taesa (TAEE11) divulgou seu resultado do 1º trimestre de 2025, destacando a antecipação da entrada em operação total da concessão de Pitiguari, no estado de Santa Catarina, com 22 meses de antecedência. Mesmo com um recuo de 0,7% no lucro líquido regulatório, a companhia manteve a política de distribuição robusta, com payout entre 90% e 100%, conforme anunciado em fato relevante.

O empreendimento de Pitiguari, referente ao lote 10 do leilão da Aneel de 2022, adicionará R$ 2,2 milhões à Receita Anual Permitida (RAP) da companhia no ciclo 2024-2025, além de gerar efeitos retroativos a partir de 15 de junho de 2025.

Desempenho financeiro no 1T25

No acumulado do primeiro trimestre de 2025, a receita líquida regulatória da Taesa somou R$ 988,0 milhões, representando um crescimento de 3,8% em relação ao mesmo período de 2024.

O EBITDA regulatório — lucro operacional antes de juros, impostos, depreciação e amortização — atingiu R$ 509,6 milhões, avanço de 6,9% no comparativo anual.

O OPEX regulatório, que representa os custos operacionais, registrou queda de 10,8%, totalizando R$ 88,3 milhões no trimestre.

Já o lucro líquido regulatório ficou em R$ 188,3 milhões, uma leve queda de 0,7%, considerada estabilidade pela companhia, refletindo o aumento das despesas financeiras no período.

Política de dividendos e distribuição no 1T25

Conforme a nova política de dividendos, em vigor desde 2025, a Taesa adotou um payout entre 90% e 100% sobre o lucro líquido regulatório, substituindo o antigo critério baseado no IFRS.

No 1º trimestre, a companhia distribuiu 100% do lucro líquido regulatório, totalizando R$ 188,3 milhões em dividendos e juros sobre capital próprio aos acionistas.

O dividend yield (DY) anualizado, considerando as cotações atuais, gira em torno de 7,8%, ainda elevado mesmo após a valorização das ações nos últimos 12 meses.

Investimentos e fortalecimento da operação

A Taesa executou um CAPEX de R$ 247,3 milhões no 1T25, um aumento expressivo de 247% sobre o mesmo trimestre de 2024. Esse crescimento é reflexo dos investimentos em reforços, melhorias e novos projetos de transmissão.

A energização total do projeto Pitiguari foi concluída 22 meses antes do prazo previsto, reforçando a capacidade da empresa em antecipar entregas. A RAP adicionada foi de R$ 2,2 milhões, além de R$ 17,8 milhões retroativos reconhecidos.

Estrutura de capital e dívida

A companhia também concluiu a emissão da 17ª debênture incentivada verde, no valor de R$ 650 milhões, alinhada com sua estratégia de financiamento sustentável.

Apesar do aumento do CAPEX, a Taesa mantém uma estrutura de capital saudável, com alavancagem controlada e alta previsibilidade de caixa, típica do setor de transmissão elétrica.

Avaliação das ações e preço-alvo do mercado

As ações TAEE11 encerraram o trimestre cotadas a R$ 34,24, acumulando uma valorização de 10,3% nos últimos 12 meses. O múltiplo P/L (Preço/Lucro) está em 7 vezes, abaixo da média histórica do setor elétrico, que é de 7,89 vezes, indicando que o papel segue descontado em relação ao potencial de geração de caixa.

As principais casas de análise mantêm recomendação neutra para as ações, com preços-alvo que variam de R$ 34,50 (Banco do Brasil) a R$ 36 (Genial Investimentos) para dezembro de 2025.

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