Queda do balão evidenciou histórico de acidentes da empresa responsável pelo passeio. Prefeitura de Boituva passou a exigir que empresas informem sobre os voos. Tragédia em Boituva: queda de balão mata mulher e levanta questionamentos sobre segurança
Uma comemoração do último Dia dos Namorados terminou em tragédia em Boituva (SP). Um balão com 33 passageiros caiu durante o voo, deixando uma mulher morta e 11 pessoas feridas. A psicóloga Juliana , de Pouso Alegre (MG), estava com o marido Leandro de Aquino Pereira, e outros familiares quando o acidente aconteceu. A cidade é conhecida por atrair turistas de todo o país para passeios de balão, sendo frequentemente comparada à Capadócia, na Turquia.
O voo aconteceu no domingo, 15 de junho, às 6h45 da manhã. O balão era operado pela empresa Aventurar e pilotado por Fábio Salvador Pereira. Segundo relatos de passageiros, o clima já apresentava ventos fortes antes da decolagem. Mesmo assim, o piloto garantiu que as condições eram seguras.
Durante o voo, Gabrielle Rosa foi pedida em casamento. A bordo, todos celebravam o momento, inclusive Juliana, que aparece sorrindo nas imagens registradas. Mas a alegria durou pouco. Por volta das 7h, o balão começou a ganhar velocidade. O piloto alertou os passageiros para flexionarem os joelhos, sinal de que a aterrissagem seria difícil.
“O menino que estava com ele estava muito nervoso. Ele estava branco assim, com os olhos arregalados. E foi momento de caos ali em cima”, comentou Gabrielle.
O balão tocou o solo de forma violenta, quicando entre laranjais e derrubando árvores. Juliana sofreu múltiplas fraturas e chegou a ser levada ao hospital com vida, mas não resistiu.
“Ela foi o meu passado. Ela era o meu presente e o meu futuro estava com ela. E o que me dói muito é que nós ainda tínhamos muito ainda, sabe? Eu ainda queria fazer muito mais”, lamenta o Leandro
O piloto foi socorrido com ferimentos leves sendo preso em flagrante por homicídio culposo. Ele alegou ter sido surpreendido por ventos fortes.
A Polícia Civil também investiga o dono da empresa Aventurar, Miguel Antônio Burder Leiva. Ele não quis prestar depoimento, alegando problemas de saúde. Segundo Luiz Henrique Soubhia Nunes, delegado responsável, a empresa só tinha autorização para voos privados, e não comerciais.
“Pelas informações que nós temos nos autos, essa empresa está permitida apenas a realização de voos privados e não de voos comerciais. Não me parece que este voo fretado, com 33 pessoas dentro do cesto, estivesse dentro das atribuições de voo privado”, aponta o delegado.
Essa não é a primeira vez que a empresa se envolve em acidentes. Em 2022, outro balão de propriedade de Leiva caiu em Porto Feliz (SP), deixando nove feridos. O caso ainda tramita na Justiça. Após o acidente recente, a sede da Aventurar foi fechada pela prefeitura de Boituva. Mesmo assim, a empresa continuava oferecendo passeios, como mostram mensagens obtidas pelo Fantástico.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que voos de balão são considerados atividades aerodesportivas, de alto risco, e que ocorrem por conta e risco dos envolvidos. Três dias após a morte de Juliana, a prefeitura de Boituva passou a exigir que empresas informem sobre os voos com pelo menos quatro horas de antecedência.
Quatro dias após o acidente, a equipe do Fantástico voltou a Boituva. Com clima mais estável, 13 balões decolaram normalmente. Diferente do balão que caiu, os novos voos contavam com equipamentos para monitorar o clima em tempo real.
“Voar é um prazer que a gente não consegue explicar, mas com certeza tem que ser feito com segurança”, disse o piloto William Aguilar.
As famílias das vítimas agora cobram fiscalização mais rigorosa. “Foi em 2022, foi agora em 2025… e o próximo ano? Vai matar todo mundo? Que horas que para?”, questiona Gabrielle. O viúvo de Juliana também pede justiça: “se no Brasil existir ainda um pouco de justiça, que ela seja feita”.
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Uma comemoração do último Dia dos Namorados terminou em tragédia em Boituva (SP). Um balão com 33 passageiros caiu durante o voo, deixando uma mulher morta e 11 pessoas feridas. A psicóloga Juliana , de Pouso Alegre (MG), estava com o marido Leandro de Aquino Pereira, e outros familiares quando o acidente aconteceu. A cidade é conhecida por atrair turistas de todo o país para passeios de balão, sendo frequentemente comparada à Capadócia, na Turquia.
O voo aconteceu no domingo, 15 de junho, às 6h45 da manhã. O balão era operado pela empresa Aventurar e pilotado por Fábio Salvador Pereira. Segundo relatos de passageiros, o clima já apresentava ventos fortes antes da decolagem. Mesmo assim, o piloto garantiu que as condições eram seguras.
Durante o voo, Gabrielle Rosa foi pedida em casamento. A bordo, todos celebravam o momento, inclusive Juliana, que aparece sorrindo nas imagens registradas. Mas a alegria durou pouco. Por volta das 7h, o balão começou a ganhar velocidade. O piloto alertou os passageiros para flexionarem os joelhos, sinal de que a aterrissagem seria difícil.
“O menino que estava com ele estava muito nervoso. Ele estava branco assim, com os olhos arregalados. E foi momento de caos ali em cima”, comentou Gabrielle.
O balão tocou o solo de forma violenta, quicando entre laranjais e derrubando árvores. Juliana sofreu múltiplas fraturas e chegou a ser levada ao hospital com vida, mas não resistiu.
“Ela foi o meu passado. Ela era o meu presente e o meu futuro estava com ela. E o que me dói muito é que nós ainda tínhamos muito ainda, sabe? Eu ainda queria fazer muito mais”, lamenta o Leandro
O piloto foi socorrido com ferimentos leves sendo preso em flagrante por homicídio culposo. Ele alegou ter sido surpreendido por ventos fortes.
A Polícia Civil também investiga o dono da empresa Aventurar, Miguel Antônio Burder Leiva. Ele não quis prestar depoimento, alegando problemas de saúde. Segundo Luiz Henrique Soubhia Nunes, delegado responsável, a empresa só tinha autorização para voos privados, e não comerciais.
“Pelas informações que nós temos nos autos, essa empresa está permitida apenas a realização de voos privados e não de voos comerciais. Não me parece que este voo fretado, com 33 pessoas dentro do cesto, estivesse dentro das atribuições de voo privado”, aponta o delegado.
Essa não é a primeira vez que a empresa se envolve em acidentes. Em 2022, outro balão de propriedade de Leiva caiu em Porto Feliz (SP), deixando nove feridos. O caso ainda tramita na Justiça. Após o acidente recente, a sede da Aventurar foi fechada pela prefeitura de Boituva. Mesmo assim, a empresa continuava oferecendo passeios, como mostram mensagens obtidas pelo Fantástico.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que voos de balão são considerados atividades aerodesportivas, de alto risco, e que ocorrem por conta e risco dos envolvidos. Três dias após a morte de Juliana, a prefeitura de Boituva passou a exigir que empresas informem sobre os voos com pelo menos quatro horas de antecedência.
Quatro dias após o acidente, a equipe do Fantástico voltou a Boituva. Com clima mais estável, 13 balões decolaram normalmente. Diferente do balão que caiu, os novos voos contavam com equipamentos para monitorar o clima em tempo real.
“Voar é um prazer que a gente não consegue explicar, mas com certeza tem que ser feito com segurança”, disse o piloto William Aguilar.
As famílias das vítimas agora cobram fiscalização mais rigorosa. “Foi em 2022, foi agora em 2025… e o próximo ano? Vai matar todo mundo? Que horas que para?”, questiona Gabrielle. O viúvo de Juliana também pede justiça: “se no Brasil existir ainda um pouco de justiça, que ela seja feita”.
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