O fundo de investimento do agronegócio XPCA11 divulgou seu relatório gerencial referente a maio de 2025, apresentando dados atualizados sobre sua carteira, distribuição de rendimentos e perspectivas diante do cenário de juros elevados no Brasil.
Atualmente, o XPCA11 está sendo negociado a R$ 7,91 por cota, com um desconto de 18% sobre o valor patrimonial, que é de R$ 9,61. O fundo paga um dividendo mensal de R$ 0,11 por cota, o que corresponde a uma rentabilidade anualizada próxima de 12,5%, considerando o preço atual.
O patrimônio líquido do fundo é de R$ 437 milhões, distribuído entre CRAs (76%), cotas de Fiagros (14,7%), caixa (8,2%) e CCBs (1,1%). O XPCA11 conta com mais de 97 mil cotistas.
Histórico de cotações e impactos no fundo
O XPCA11 sofreu uma forte desvalorização entre o final de 2024 e início de 2025, principalmente devido a casos de recuperação judicial de empresas devedoras da carteira, levando sua cotação a mínimas de R$ 5,72 em dezembro de 2024.
Desde então, o fundo tem se recuperado gradualmente, retomando a faixa próxima dos R$ 8 por cota. Essa recuperação reflete tanto a melhora da percepção dos investidores quanto o reforço na gestão dos ativos e da diversificação.
Resultado financeiro de maio de 2025
Receita e distribuição
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Receita regime caixa: R$ 4,804 milhões
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Receita regime competência: R$ 5,171 milhões
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Receita de renda fixa: R$ 308 mil
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Despesas totais: R$ 83 mil
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Resultado líquido (caixa): R$ 4,728 milhões
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Resultado líquido (competência): R$ 5,096 milhões
O fundo distribuiu, em junho de 2025, R$ 0,11 por cota, abaixo do resultado apurado, mantendo parte dos recursos como reserva.
Composição da carteira do XPCA11
Por tipo de ativo:
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76% em CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio)
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14,7% em cotas de Fiagros (FII agro)
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8,2% em caixa
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1,1% em CCBs (Cédulas de Crédito Bancário)
Por indexadores:
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89% dos CRAs atrelados ao CDI, com taxa média de 4,60% ao ano sobre CDI.
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11% dos CRAs atrelados ao IPCA, com taxa média de 8,50% ao ano + IPCA.
Distribuição geográfica e setorial
Localização dos devedores:
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Mato Grosso: 27%
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Minas Gerais: 19%
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Paraná: 17%
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Outros estados (restante)
Setores dos devedores:
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Usinas de açúcar e etanol (maior parte)
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Cooperativas agrícolas
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Empresas de etanol de milho
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Revendas de insumos, cana e grãos
Diversificação e concentração de risco
O XPCA11 mantém uma política ativa de diversificação, sendo seu maior devedor a operação FSBIL 2, com aproximadamente 5% do patrimônio. Nenhum outro ativo representa mais de 5%, o que reduz o risco de concentração.
O portfólio ainda inclui participação em um fundo de crédito (Fitic) que representa 8,8% dos ativos.
Efeito da Selic em 15% sobre o XPCA11
Com 89% da carteira indexada ao CDI, o XPCA11 é diretamente beneficiado pela alta da taxa Selic para 15% em junho de 2025. A elevação dos juros tende a aumentar a receita financeira do fundo, com potencial de elevação dos rendimentos mensais.
Historicamente, o fundo chegou a pagar até R$ 0,15 por cota quando a Selic estava em patamares semelhantes em 2022 e 2023. Atualmente, o mercado espera que os rendimentos voltem a se aproximar de R$ 0,12 mensais, desde que não ocorram novos eventos de inadimplência relevante na carteira.
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